O sábado é de agitação nos bastidores da sucessão presidencial. O entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que os candidatos precisam apresentar seus vices até segunda (6) revoltou Lula. O ex-presidente, segundo a Coluna Painel, do Jornal Folha de São Paulo, edição deste sábado, travou as conversas sobre a composição de sua chapa dizendo-se indignado com o que considera um cerco para antecipar sua saída da cena eleitoral.

A cúpula do PT diz que uma pessoa guarda a opção do petista para “a emergência” de ter que definir o nome que será registrado ao lado dele amanhã, domingo. A irritação de Lula está atrelada ao fato de que não houve mudança na redação da lei que trata do registro das candidaturas. O texto que vige sobre as eleições deste ano é o mesmo que constava na norma do pleito de 2014. A interpretação é de que, se o PT arriscar extrapolar o prazo, pode abrir caminho para a cassação da chapa completa.

DEFINIÇÃO DE VICE

O PT tenta definir, nas próximas 24 horas, o nome para compor a chapa que, por enquanto, é encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula, porém, é inelegível, mas como estratégia para dar visibilidade ao PT e ao próprio ex-presidente, o partido o mantém como pré-candidato. A inelegibilidade tem por base aa Lei da Ficha Limpa – Lula está preso em Curitiba após ser condenado pelo Tribunal Regional Federal, da 4ª Região, em Porto Alegre, pelos crimes de   corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex em Guarujá (SP).

Os dirigentes do PT querem homologar a candidatura de Lula e tentar registrá-la no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Como é inelegível, o PT buscará o chamado Plano B, ou seja, a alternativa à candidatura de Lula, que pode ser o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Como opções para vice na chapa do candidato petista, estão Manuela D’Ávila, lançada pelo PC do B à Presidência da República, e o presidenciável do PDT, Ciro Gomes. A definição sobre o nome do vice sai, neste sábado, durante a convenção nacional do partido, em São Paulo.