O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou nesta quarta-feira (18) que o salário mínimo permanecerá em R$ 1.302 até maio deste ano – quando poderá ser elevado, a depender do avanço das discussões sobre o tema. O debate sobre o patamar do salário mínimo a partir de maio será capitaneado por um grupo de trabalho criado nesta quarta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse grupo também ficará responsável pela definição de uma política permanente para o salário mínimo nos próximos anos.
“Neste momento, o salário mínimo vale R$ 1.302. O despacho é: estamos instituindo um grupo de trabalho que discutirá a politica de valorização do salário mínimo. Igualmente, como aconteceu em 2005 e 2006, junto, visita o valor do presente ano. Esse trabalho que vai resultar se o salário mínimo de R$ 1.302 vai ser para o ano todo ou se ele poderá ser revisado até maio. Essa é a definição de hoje. Hoje é R$ 1.302 e maio pode ser que haja alteração a partir desse trabalho que vamos construir”, declarou o ministro do Trabalho.
O valor de R$ 1.302 foi definido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em dezembro do ano passado por meio de Medida Provisória.
A proposta de orçamento para 2023 previa R$ 6,8 bilhões adicionais para custear o reajuste do piso prometido por Lula, mas o valor se mostrou insuficiente para elevar o valor para R$ 1.320, divulgado pela equipe de transição, após o novo governo tomar posse. De acordo com o ministro Marinho, se fosse na gestão do presidente Bolsonaro, o valor do salário mínimo seria de R$ 1.286, correspondente apenas à variação da inflação medida pelo INPC no ano passado. Nos últimos anos, a gestão Bolsonaro não deu reajustes acima da inflação.
“Se fosse o Bolsonaro, seguramente, ele iria reduzir para a inflação como fez em todo seu mandato. Portanto, se fosse o Bolsonaro, hoje certamente o salário mínimo seria de R$ 1.286, que correspondeu à inflação. Mantivemos em R$ 1.302 e vamos discutir no grupo de trabalho a valorização do salário mínimo”, acrescentou ele.