Segundo dados do Ministério do Trabalho, na comparação com o mesmo período de 2017, o salário de admissão da maior parte dos profissionais com carteira assinada caiu no primeiro semestre deste ano. As remunerações profissionais de duas faixas etárias, de 30 a 39 anos e de 40 e 49, porém, tiveram crescimento acima da taxa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em contrapartida, todas as demais apresentaram quedas.
É natural que os trabalhadores dessas idades ganhem os melhores salários de contratação, segundo Clemente Ganz Lucio, diretor do Departamento de Estudos Intersindicais (Dieese). “Nessa faixa, eles têm maior produtividade, pois são experientes e têm vigor. A tendência é que sejam os primeiros a ganhar aumento real. Exceto quando se trata de trabalhado intelectual, que é minoria.”
O motivo de a maioria dos salários de admissão ter caído neste ano é a persistência do desemprego em um patamar elevado, segundo Bruno Ottoni, pesquisador do Ibre/FGV e do Idados. “É uma questão de oferta e demanda. Há muita gente em busca de uma vaga e isso pressiona os salários para baixo.”
O fato de alguns dos piores resultados terem ocorrido entre os mais velhos sinaliza que profissionais dessas idades buscam emprego mais ativamente. Os números não devem melhorar, segundo Hélio Zylberstajn, professor da USP. Foram criadas 440 mil vagas entre janeiro e julho. No mês de dezembro, no entanto, o país costuma fechar cerca de 500 mil vagas, e o saldo positivo poderá ser perdido.
“A adição de emprego que acontecer entre agosto e novembro representará todo o resultado do ano. Como o mercado formal crescerá pouco o salário não deverá subir.”
Com informações do Jornal Folha de São Paulo