As bacias hidrográficas do Banabuiú e dos Sertões de Crateús, localizadas na Mesorregião dos Sertões Cearenses, têm a pior situação hídrica de todo o estado. Enquanto a reserva de água na Bacia do Banabuiú soma pouco mais de 2%, a dos Sertões de Crateús conta apenas com 0,24% de disponibilidade. O dado é do Portal Hidrológico do Ceará, que monitora a situação de 155 açudes do estado.
Segundo o presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), João Lúcio Faria, a seca na região das bacias foi mais severa do que em outros pontos do Ceará. “Essas duas bacias enfrentam seca há oito anos, com chuvas abaixo da média histórica, o que gera impacto direto nos açudes. A maioria dos reservatórios dessas bacias está seca.”
Em 2015, a reportagem da Agência Brasil esteve em Crateús, a 360 quilômetros de Fortaleza, e presenciou o fim do bombeamento das águas do açude Carnaubal, que havia esgotado sua capacidade. De lá para cá, o reservatório não recuperou água suficiente para voltar a servir ao abastecimento da cidade.
Atualmente, Crateús e mais três cidades da região são abastecidas pelo Açude Araras, que fornece água para a população por meio de uma adutora de 156 quilômetros de extensão. A perfuração de mais poços é outra medida de segurança hídrica no Ceará. Segundo a Cogerh, mais de 4 mil poços foram criados.
Em 2017, o Ceará passou pelo sexto ano seguido de seca, com chuvas insuficientes para a recarga dos açudes. Ao todo, a reserva hídrica do estado é de 6,9% da capacidade total. Embora várias cidades já recebam chuvas neste mês, elas ainda não correspondem à chamada quadra invernosa, que dura de fevereiro a maio e é responsável pelo volume mais significativo de precipitações do ano.
A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos do Ceará (Funceme) ainda não divulgou o prognóstico do período para 2018.