A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) realizou nessa terça-feira (27), o ato de implementação dos serviços da Rede Estadual de Atenção às Mulheres, Adolescentes e Crianças em situação de violência. Resultado da parceria com órgãos que atuam na prestação e fiscalização de serviços de proteção social e de direitos humanos, no âmbito estadual e municipal. A iniciativa tem como objetivo o acesso rápido e acolhedor ao serviço de saúde para cuidar, orientar e dar o suporte necessário a pessoas em situação de violência.

A solenidade contou com a presença da ativista Maria da Penha, gestores da Sesa, da Secretaria de Proteção Social, Justiça, Mulheres e Direitos Humanos, membros do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), do Conselho Estadual de Saúde (Cesau) e Conselho das Secretárias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems/CE), entre outras autoridades.

“Esse projeto dará suporte as mulheres possibilitando atendimento integral e o encaminhamento necessário aos serviços de saúde do Estado. O atendimento terá foco nas vítimas de violência acontecendo de forma ágil e especializada”, ressaltou a secretaria executiva da Saúde Mental, Lisiane Cysne, na mesa de abertura do evento.

Maria da Penha compartilhou sua história de sobrevivência a violência doméstica à qual milhares de mulheres são submetidas em todo o País. Além de ser reconhecida pela Lei Maria da Penha, Lei 11.340, sancionada em 7 de agosto de 2006, a ativista é símbolo de luta pela vida livre de violência e reconhece a importância da rede de atenção para enfreamento à violência contra a mulher.

“Cuidar das mulheres que sofreram violência física e psicológica é importante. Essa Rede é necessária pois lida diretamente com o enfrentamento à violência. Geralmente a vítima se silencia para não se expor. Está na cultura silenciar o sofrimento, mas estamos em outra época. É tempo de denunciar. A denuncia tem que acontecer, mas a decisão é da mulher”, salientou Maria da Penha.

“A violência contra a mulher causa feridas no corpo e na alma. É importante garantir um atendimento humanizado para evitar maiores sequelas a mulher que chega precisando de ajuda e apoio necessários para romper o ciclo da violência”, destacou a psicóloga do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (Nuavv) do Ministério Público do Ceará (MPCE), Iane Machado.

Durante o evento, membros do Grupo Condutor Estadual tomaram posse para garantir o apoio integral à Rede de Atenção Integral às Mulheres Crianças e Adolescentes em situação de violência.

Ponto de Luz

De 2007 a 2017, mais de 1 milhão de brasileiras em situação de violência foram atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2018, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, 4.249 mulheres foram atendidas no Ceará pelos serviços de saúde.

O Governo do Ceará, por meio da Rede de Atenção às Mulheres, Adolescentes e Crianças em situação de violência – Ponto de Luz – dará suporte as mulheres visando qualificar a assistência na Linha de Cuidado da Mulher, o fluxo de trabalho interinstitucional foi criado com foco nas vítimas de violência.

“Qualificar os serviços de saúde que fazem atendimento às mulheres, crianças e adolescente, principalmente, vítimas de violência sexual são os objetivos do Ponto de Luz. Composta por vários pontos de atenção desde as unidades básicas de saúde, passando pelo pronto atendimento até chegar aos hospitais de referência. A nova rede de atenção faz parte do processo de integração das regiões de Saúde do Ceará e descentralização das ações e serviços do Sistema Único de Saúde (SUS)”, explicou a coordenadora de Políticas e Atenção à Saúde, Magda Moura.

 

 

 

 

(*)com informação do Governo do Estado do Ceará