Após mais uma noite de terror na Capital cearense, quando sete pessoas foram mortas e sete ficaram feridas (duas estão em estado grave do IJF), a Polícia do Estado corre para dar uma resposta a sociedade. Conforme as primeiras investigações os crimes teriam ligação com briga entre componentes de torcidas organizadas e com o tráfico de drogas.

Para o  secretário da Segurança Pública do Ceará André Costa, o ataque na Praça da Gentilândia e os disparos perto da sede da  Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF) embora próximos, podem ter sido eventos distintos. “São locais próximos, quase 10 quarteirões de distância, o lapso temporal também é próximo, no entanto, agora, não conseguimos afirmar, de certeza, se estão interligados, porque também há modus operandi diferente e aparentemente motivações diferentes”, disse o secretário no início da tarde deste sábado.

Ele pontua que entre os  três mortos na Praça da Gentilândia, dois vendiam droga no local. Um deles estava com uma pochete com droga, maconha e crack, e dinheiro. Já com relação ao ataque perto da TUF, os disparos foram aleatórios.

A Policía acredita que, devido a quantidade de disparos, o ataque na Praça da Gentilândia tem características de execução. Com relação aos outros dois pontos de ataques, entende que os disparos ocorreram de forma aleatória porque as vitimas estavam uniformizadas.

A Perícia está analisando os projéteis e deve emitir um laudo para saber se partiram das mesmas armas. Segundo André, a Força Nacional não vai participar dessa investigação, “a priori a investigação é da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa”.

Pelas câmeras de segurança localizadas em estabelecimentos no entorno da Praça da Gentilândia, foi identificado um suspeito, mas pelo menos três criminosos participaram. Na sede da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), há confirmação que outros dois suspeitos participaram do ataque. A Secretaria garante que há mais criminosos envolvidos, já que foram identificados carros de apoio.

Para André, os vídeos em que integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV) reivindicam autoria do ataque, tem como finalidade desviar a atenção da investigação.

Os crimes

De acordo com testemunhas, homens passaram de carro na Praça da Gentilândia por volta das 23h30 e balearam quatro pessoas, três morreram. Minutos depois, na Vila Demétrio, na sede da TUF, pessoas em outro veículo atiraram em jovens que bebiam no local. Na fuga, na Rua Joaquim Magalhães, os mesmos criminosos atiraram contra duas pessoas que usavam uniforme da torcida organizada e voltavam de um estabelecimento comercial onde compraram bebida alcoólica, de acordo com nota da Secretaria da Segurança.

Na Praça da Gentilândia morreram no local – José Gilmar, Antônio Igor e Joaquim Vieira. José Gilmar Furtado de Oliveira Júnior (33), conhecido como “Júnior Biba”, tinha passagem na polícia por roubo e posse de drogas. Ele portava a pochete com drogas e dinheiro. A vítima teve 10 perfurações por arma de fogo.

Em Antônio Igor Moreira e Silva (26), vítima com passagem por posse de droga, foram encontradas 12 perfurações à bala. Joaquim Vieira de Lucena Neto (21), que não tinha antecedentes criminais, foi morto com cinco tiros.

Na Vila Demétrio, sede da TUF, foram baleados Carlos Victor Meneses Barros (23), que morreu no local, Emilson Bandeira de Melo Júnior (27) e Adenilton da Silva Ferreira (24) – atendidos no hospital, não resistiram aos ferimentos. Pedro Braga Barroso Neto (22) foi assassinado na Rua Joaquim Magalhães. Uma pessoa baleada na praça e outra, na Rua Joaquim Magalhães, ainda estão no hospital.

Pelas redes sociais o governador Camilo Santana disse que os acontecimentos “foram inaceitáveis, graves e desafiam o sistema de segurança e Justiça”.

O Prefeito Roberto Cláudio convocou uma reunião para a tarde deste sábado com representantes da Câmara e Secretários Municipal para tratar da situação gerada em função dos assassinatos que ocorreram no  bairro Benfica.