Segundo relatório publicado nesse domingo, 25, pela ONU, um total de 137 mulheres são vítimas de feminicídio (assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher) só em 2017. O número dá uma média de seis mortes a cada hora. Segundo o relatório, os crimes são cometidos principalmente por seus companheiros, ex-maridos ou familiares, quase sempre homens.
“No mundo todo, em países ricos e pobres, em regiões desenvolvidas e em desenvolvimento, um total de 50 mil mulheres são assassinadas todo ano por companheiros atuais ou passados, pais, irmãos, mulheres, irmãs e outros parentes, devido ao seu papel e a sua condição de mulheres”, denuncia o relatório.
Por quem é cometido
O documento, elaborado pelo Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (Onudd), indica que 58% de todos os assassinatos de mulheres em 2017 foram cometidos por companheiros ou familiares, o que faz com que o lar seja o “lugar mais perigoso para as mulheres”.
“As mulheres continuam pagando o mais alto preço como resultado dos estereótipos de gênero e desigualdade”, afirma o documento “Assassinato de gênero de mulheres e meninas”. O relatório indica que os assassinatos de mulheres por parte dos seus companheiros “é frequentemente a culminação de uma violência de longa duração e pode ser prevenida”.
A ONU considera que um “aspecto crucial” para enfrentar o problema é envolver os homens na luta contra o feminicídio e “desenvolver normas culturais que se afastem da masculinidade violenta e dos estereótipos de gênero”.
Entre outros assuntos, se menciona como uma boa política de prevenção a “educação precoce de meninos e meninas, que promova a igualdade de gênero e ajude a quebrar os efeitos negativos dos papéis de gêneros estereotipados”.
A naturalização de situações discriminatórias e os constantes relatos de casos de agressões domésticas informados por mulheres em Senador Pompeu (CE), incomodaram um grupo de alunas do Ensino Médio da Escola Estadual de Educação Profissional Professor José Augusto Torres. Pensando em transformar essa realidade e promover o diálogo sobre igualdade de direitos, as jovens criaram o projeto “Centro de Pesquisa Continuada pela Igualdade de Gênero Nísia Floresta”, um dos 11 premiados da 4ª edição do Desafio Criativos da Escola.
Com informações da Agência Brasil