O ano passado apresentou números positivos para a segurança pública do Ceará. Os dados mostram uma redução de 50% nos índices de homicídios dolosos/feminicídios, latrocínios e nas lesões corporais seguidas de morte. No ano de 2018, foram 4.518 casos, enquanto nos 12 meses do ano passado, esse número caiu para 2.257.
Este é o melhor resultado da década. Foram 2.261 mortes a menos em um ano. Até então, o melhor balanço havia sido registrado em 2009, quando ocorreram 2.262 casos. A taxa por 100 mil habitantes também é a menor em dez anos.
Em relação as regiões, Fortaleza alcançou o melhor balanço entre as quatro regiões, com queda de 55,3%, indo de 1.482 crimes para 663. O segundo território com melhor resultado foi Interior Norte, com retração de 53,1%, indo de 902 para 423. Já a Região Metropolitana, a diminuição foi de 46,6%, indo de 1.315 para 702. Por fim, o Interior Sul registrou 469, em 2019, contra 819, em 2018, correspondendo a 42,7% de queda.
Outro número positivo foi o índice de resolutividade dos inquéritos policiais, que investigam mortes provocadas por crimes violentos. Em 2019, a porcentagem foi de 39,7%, enquanto em 2018, apenas 27,2% das ocorrências foram solucionadas, uma diferença a mais de 12,5 pontos percentuais. O Ceará tem um dos maiores índices de elucidação de homicídios do Brasil, enquanto a média nacional se aproxima dos 9%.
As informações foram divulgadas pelo secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, durante reunião no Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), em Fortaleza. Participam do momento, chefes de todas as entidades vinculadas da SSPDS (Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Perícia Forense, Academia Estadual de Segurança Pública e Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública).
Balanço por território
Para que o ano de 2019 terminasse com números positivos para a Segurança Pública, a adoção de estratégias pautadas principalmente na análise de dados e na utilização de tecnologias, em cada um dos territórios, foi fundamental.
Entre as ações, se destacam a criação do Programa de Proteção Territorial e Gestão de Riscos (Proteger), que hoje está presente em 29 pontos de Fortaleza e em Caucaia, e que consiste na análise dos territórios e de seus indicadores sociais, seguido de uma correlação desses dados com os homicídios. A partir disso, as Forças de Segurança e instituições parceiras adotam estratégias de atuação no território em questão.
Outra medida adotada foi a realização da dissuasão focada da Polícia Civil nos microterritórios onde havia maiores disputas entre organizações criminosas. Ou seja, o monitoramento daquelas pessoas que possuem algum antecedente criminal ou que são investigadas por envolvimento em atividades ilícitas. Soma-se a isso a expansão do sistema de videomonitoramento da SSPDS para 43 municípios e das equipes do Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) para 44 cidades cearenses.