O Governo Federal decidiu, após um novo pente fino, cortar 934 mil beneficiários do Bolsa Família que declararam que viviam sozinhos. O número de pessoas nesse perfil (unipessoais) cresceu na gestão do então presidente Bolsonaro, passando de 2,2 milhões para 5,9 milhões.

Em abril de 2023, o bloqueio, feito de forma temporária, atingiu um milhão de pessoas e, para os beneficiários continuarem no programa, deveriam atualizar os dados cadastrais. Como muitos não apresentaram as informações exigidas, acabaram sendo excluídos.

Os dados do Ministério do Desenvolvimento Social apontam que, em janeiro de 2022, o Bolsa Família, que, no Governo Bolsonaro, passou a se chamar Auxílio Brasil, tinha 5,9 milhões de benefícios unipessoais, caindo, em julho deste ano, para 4,9 milhões.

PENTE FINO E TESOURADA

Durante a transição entre os Governos Bolsonaro e Lula, os primeiros levantamentos apontavam para suspeitas de distorções nos dados cadastrais e pagamentos indevidos no programa de distribuição de renda.

A partir do mês de março de 2023, o Ministério do Desenvolvimento Social começou o pente fino para detectar algum tipo de irregularidade e, em abril, o Governo exigiu o recadastramento de 1,2 milhão.

Com regras mais rígidas para os cadastros unipessoais, milhares de pessoas não apareceram para atualizar as informações e, como consequência, foram cortadas. A fiscalização passa por cruzamento de dados e visita a domicílios de beneficiários.


De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, o número de beneficiários pessoais foi sendo progressivamente reduzido” a partir da retomada do Bolsa Família, em substituição ao Auxílio Brasil, e de ações para melhorar as informações do cadastro do programa. Segundo a pasta, em agosto, devem ocorrer novos cortes de benefícios unipessoais. A tesourada atingirá os benefícios irregulares.