Sem o auxílio emergencial – que deixou de ser pago no fim de 2020 e só deve ser retomado agora, mas com valores bem mais baixos -, cresceu, neste início de ano, o número de brasileiros que não conseguiram pagar suas dívidas em dia e honrar compromissos renegociados. Também aumentaram os créditos com pagamentos atrasados entre 15 dias e 90 dias. Esse tipo de atraso não é considerado ainda como inadimplência pelo sistema financeiro, mas mostra que um novo ciclo de calotes pode estar a caminho.
De acordo com a explicação do jornalista Carlos Alberto Alencar em sua participação no Jornal Alerta Geral desta terça-feira (06), os indícios de alta da inadimplência começam a ser identificados pelos birôs de crédito, depois da surpresa com esses indicadores no ano passado. A postergação por até 180 dias da cobrança pelos bancos de créditos inadimplentes, a injeção na economia de quase R$ 300 bilhões de recursos por conta do auxílio emergencial e a taxa de juros no piso histórico ajudaram na repactuação de dívidas pendentes com o sistema financeiro em 2020. Tanto é que a inadimplência do consumidor com os bancos surpreendeu positivamente ao longo do ano e continuou praticamente estável até fevereiro, segundo dados mais recentes do Banco Central (BC).