A pouco mais de duas semanas do primeiro turno da eleição, o candidato do PDT, Ciro Gomes, disputa com o petista Fernando Haddad, com base na última pesquisa do Instituto Datafolha, o segundo lugar na preferência dos eleitores na corrida à Presidência da República. O Datafolha mostra Jair Bolsonaro, do PSL, com 26% das intenções de votos, vindos, em segundo lugar, com 13%, Ciro e Haddad. Em quarto lugar, aparece Alckmin, com 9%, e, na quinta posição, Marina Silva, 8%.
Ciro tem pouco tempo na propaganda de rádio e televisão, mas tem aproveitado bem as entrevistas e debates que o abrem caminho para consolidar propostas mais assimiláveis ao eleitorado, como, por exemplo, o projeto Nome Limpo – ação para tirar mais de 63 milhões de brasileiros da inadimplência e que estão com o nome no SPC. Ciro quer a redução dos juros e financiamentos, em longo prazo, pelos bancos públicos, das dívidas dos consumidores.
Além do pouco tempo na propaganda do rádio e da televisão, Ciro Gomes enfrenta uma reduzida estrutura partidária, mas, mesmo assim, venceu dificuldades e, pelo conteúdo das propostas e firmeza de discurso, conseguiu chegar aos dois dígitos nas pesquisas de intenção de votos. As próximas duas semanas serão marcadas por uma verdadeiro guerra entre aliados de Ciro e do candidato do PT, Fernando Haddad.
As pesquisas mostram que uma parte dos eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prefere Ciro a Haddad, daí a Região Nordeste se transformar em principal dos dois presidenciáveis nos próximos dias. Os estrategistas de Ciro irão, também, explorar uma das principais virtudes do candidato do PDT que ainda não está tão exposta: Ciro é campeão de processos, mas nenhum por corrupção.
Com quase 40 anos de vida pública, exercendo mandatos de deputado estadual, prefeito de Fortaleza, Governador do Ceará, deputado federal e Ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes não enfrenta nenhum ação por corrupção, o que é interpretado, por analistas políticos, como um aspecto positivo em meio aos últimos acontecimentos na vida pública do País e que provocaram o aumento da rejeição dos eleitores à classe política.
A briga pelos votos na corrida ao segundo turno pode levar Ciro, caso o Ibope repita a mesma performance do pedetista na pesquisa do Datafolha, a atrair aliados do tucano Geraldo Alckmin, que concentra o maior tempo da propaganda no rádio e na televisão e a maior quantidade de partidos em uma coligação. Ciro atrai, também, votos de Marina Silva. A briga, portanto, será bem focada no eleitorado do Nordeste, que tem 26% dos votos de todo o Brasil. E, nesse cenário, o Ceará pode dar uma boa contribuição ao pedetista: são 6,3 milhões de eleitores e, se Ciro conseguir uma expressiva votação no Ceará, ganhará fôlego para alimentar a corrida ao segundo turno à Presidência da República.