Eleitor do atual presidente Lula no 2º das eleições de 2022, o ex-senador Tasso Jereissati não esconde a frustração com os rumos do Governo petista. Após dois meses da atual gestão, Tasso se diz surpreso com o víeis radical adotado pela administração Lula e esperava mais em termos de diálogo político e, principalmente, econômico.

“Estou muito surpreso. Eu não esperava que o Lula e sua equipe viessem nessa linha radical de política econômica”, expôs o tucano, que, ao longo de 28 anos exerceu três mandatos de governador e dois mandatos de senador.

Segundo Tasso, o Governo ‘’Não é radical só pelo fato de ser de esquerda, que tem propostas boas, mas pelas ideias ultrapassadas, vencidas e que já foram testadas. É radical também pelo tom da agressividade. Esse embate com o Banco Central é inteiramente desnecessário’’.

O tom da agressividade, de acordo com o ex-senador tucano, se configura em relação ao presidente do Banco Central, a quem foi feito um ataque pessoal. As declarações de Tasso Jereissati foram publicadas pelo Jornal O Estado de São Paulo.

‘’Isso é profundamente prejudicial à economia do País. Por outro lado, o (Fernando) Haddad (ministro da Fazenda) traz alguma moderação. Mas o conjunto traz uma linha agressiva que volta atrás em conquistas de outros governos, do (Michel) Temer e até do Lula’’, comentou o ex-senador e ex-governador cearense que, na segundo turno da eleição de 2022, pediu votos para o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao ser questionado sobre o futuro do PSDB, lembra que, em 2022, não havia espaço para um discurso de bom senso e equilibrado nas eleições de 2022 e, sem a terceira via e diante da polarização, decidiu apoiar o então candidato. O tucano reconhece que a decisão o levou a ser criticado por diversos setores, da esquerda e da direita.


‘’Quando apoiei Lula no segundo turno, sofri ataques da direita e do centro. Ou você era uma coisa ou era outra’’, afirma Tasso, para quem a expectativa era de que o Lula viesse com a disposição de fazer um governo para todos, mas isso não aconteceu. ‘’Estamos vendo um Lula até raivoso em determinados momentos. Ele mesmo falou que era preciso acabar com o nós contra eles. Não veio um Lula Mandela, veio um Lula anti-Bolsonaro’’, lamenta o ex-senador Tasso que, aos 74 anos, continua ativa na vida interna do PSDB,