Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Ataídes Oliveira (PSDB-TO) quase partiram para as vias de fato durante sessão de debates sobre a reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa. Um recurso de Randolfe que poderia atrasar os trabalhos havia acabado de ser rejeitado por parlamentares por 13 votos a 11.

Os ânimos estavam exaltados na primeira discussão no Congresso após a crise política deflagrada pelas delações de executivos da JBS. Relator da proposta, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) se preparava para ler seu parecer quando a confusão começou. O documento, porém, vazou na internet durante a confusão e Ferraço o deu como lido.

O recurso de Randolfe questionava o fato de o parecer de Ferraço não ter sido previamente apresentado a deputados, como prevê o regimento. O requerimento foi rejeitado por pequena margem de votos. Logo após a divulgação do placar, houve bate-boca entre senadores e uma confusão generalizada interrompeu a sessão.

A confusão começou quando Randolfe virou-se para o colega Ataídes e gritou: “Vocês estão sustentando um governo corrupto, mas nós não vamos aceitar isso.” Visivelmente irritado, Ataídes  partiu para o ataque. “Você é bandido e vagabundo”, respondeu o tucano.

Randolfe reagiu, usando os mesmos termos. “Bandido é você! Vagabundo é você! Me respeite!”, bradou. “Vou te pegar lá fora, moleque, vagabundo!”, devolveu Ataídes.

Deputados chegaram a subir na mesa durante a discussão. No fundo da sala, manifestantes gritavam “Fora, Temer!”, “Golpistas” e “Jucá na cadeia”. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), mostrava-se impassível. “O próximo passo é queimarem pneus aqui dentro!”, afirmou Jucá. “A oposição está desesperada.”

O senador  Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que o governo de Michel Temer acabou. “Todo mundo aqui dentro sabe que o Temer caiu. A questão é saber quando e de que forma ele vai sair”, concluiu o petista.

Além da CAE, a reforma trabalhista precisa passar pelas comissões de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ) e de Assuntos Sociais (CAS) antes de ser votada em plenário, onde precisa da maioria simples dos votos para ir à sanção presidencial. Caso seja rejeitado em alguma dessas etapas, o projeto será arquivado.

Com informação Agencia Brasil