O ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio desembarca em Brasília no fim do dia, quando vai se reunir com seus interlocutores na bancada do PMDB na Câmara e seus assessores mais próximos para definir seu futuro. O ministro Moreira Franco disse ontem que Serraglio aceitou assumir o Ministério da Transparência, que ficou vago com a transferência do ministro Torquato Jardim para a Justiça.
Segundo fontes do Planalto, para não ter problemas com a bancada do PMDB na Câmara, “dona” da indicação de Serraglio para a Justiça, o presidente Temer ofereceu o Ministério da Transparência para que os deputados indicassem o novo ministro. O líder do partido, deputado Baleia Rossi (SP), ofereceu a vaga a Serraglio. Até este momento, contudo, Serraglio não confirmou à bancada se aceita continuar no Executivo ou volta para a Câmara.
Interlocutores do presidente Temer dizem que nesse pacote não está sendo considerado preservar o mandato do deputado afastado Rocha Loures, que é suplente de Serraglio, mas sim agradar a bancada na Câmara. Se Serraglio não aceitar a vaga, a bancada irá indicar outro nome.
O Planalto avalia que o inquérito contra Loures irá permanecer no STF ele estando ou não na Câmara. E mais: se ele quiser fazer delação premiada, não é o mandato que irá segurá-lo.
Loures é uma preocupação para o presidente Michel Temer. Ele foi acusado pelo empresário Joesley Batista, em delação premiada, de pedir propina para resolver problemas de empresas da J&F no Cade.
A história de Loures se liga com a de Temer porque, em conversa gravada por Joesley, o presidente indica o deputado como alguém que poderia ajudar a resolver os problemas do empresário no Cade. Depois desse diálogo, Loures recebeu R$ 500 mil de propina dada por Joesley Batista. A entrega do dinheiro foi toda filmada. Assim como Loures, o presidente também é investigado no mesmo inquérito.
Com informações O Estado de São Paulo