Descontentes com as mudanças nas regras previdenciárias e insatisfeitos com a falta de diálogo e de debate mais amplo com a Prefeitura, servidores do Município de Fortaleza decidiram decretar estado de greve e poderão, nesta quarta-feira, fazer barulho na Câmara de Vereadores para evitar o avanço da reforma administrativa que, segundo as lideranças sindicais, geram grandes prejuízos ao funcionalismo.
Com o estado de greve decretado na assembleia geral realizada na manhã desta segunda-feira (15), os servidores poderão parar as atividades a qualquer momento. De acordo com as lideranças da Frente Sindical das Entidades Representativas dos Servidores e Empregados Públicos Municipais de Fortaleza (Fersep/For), a decisão sobre o estado de greve é uma resposta à votação, na Câmara de Vereadores, dos projetos do Poder Executivo que tratam das reformas administrativa e previdenciária.
Os servidores municipais, que se queixam de salários achatados, temem o emagrecimento da remuneração e dos benefícios previdenciários com os projetos encaminhados à Câmara Municipal pelo prefeito José Sarto (PDT). Dois pontos geram mais preocupação entre os servidores: a elevação da alíquota de contribuição para o Instituto de Previdência do Município (IPM) dos atuais 11% para 14% e a limitação para os pensionistas receberem 70% do salário enquanto o processo de concessão do benefício não for concluído.
Os vereadores aliados ao prefeito José Sarto conversaram, ao longo desta segunda-feira, sobre o embate a ser travado no Legislativo para finalização da votação das mensagens do Executivo. O presidente da Câmara Municipal, Antonio Henrique (PDT), cumpre o papel de interlocutor nas conversas com lideranças sindicais. Henrique chega ao Plenário do Legislativo para a sessão dessa quarta-feira com o espírito de conciliador e disposto a buscar o entendimento entre servidores e a Prefeitura, mesmo sabendo da missão espinhosa que tem pela frente.