Nesta quinta, 7, e na sexta-feira, 8, o Novembro Vermelho vai à praça para ações educativas e atividades da mobilização ‘Fique Sabendo’, com testagem para HIV. A programação organizada pela Secretaria da Saúde do Ceará, Secretaria de Saúde de Fortaleza e Movimento Social de Luta contra a Aids acontecerá na Praça da Lagoinha, Centro de Fortaleza, das 8 às 12 horas, para dar visibilidade à prevenção da infecção pelo HIV e à promoção da qualidade de vida para as pessoas vivendo com HIV/Aids.

Feito com o fluido oral, o teste rápido de triagem é disponibilizado pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Esse exame detecta anticorpos contra o HIV no fluido oral da pessoa e fornece o resultado que pode ser analisado a olho nu, em até 30 minutos. Ele pode ser executado em qualquer local. Nos casos de resultados reagentes, os profissionais responsáveis pela entrega do exame farão o segundo teste confirmatório e encaminharão a pessoa ao serviço especializado.

A prevenção combinada é uma das metas da estratégia de aceleração da resposta adotada pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) para acabar com a epidemia da doença no mundo até 2030. Pelas metas de tratamento 90-90-90, os países devem garantir, até 2020, que 90% das pessoas vivendo com HIV estejam diagnosticadas, 90% destas pessoas estejam em tratamento e que 90% delas tenham carga viral indetectável, condição em que a quantidade de vírus presente no organismo é pequena.

Casos

Saber do contágio pelo HIV precocemente aumenta a expectativa de vida do soropositivo. E quem busca tratamento especializado no tempo certo e segue as recomendações do médico ganha em qualidade de vida. Já as mães soropositivas têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto. Por isso, se a pessoa passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, é importante fazer o exame.

No Ceará, 16.790 casos de Aids foram notificados entre os anos de 1983 a junho de 2016. O coeficiente de mortalidade no Brasil é de 5,7 por 100 mil habitantes. A taxa no Ceará vem se mantendo abaixo da média nacional desde 2007, variando entre 3,0 a 4,4 óbitos por 100 mil habitantes no período. Na série histórica da taxa de detecção de casos de aids em adultos percebe-se gradativo aumento até o ano de 2012 chegando a 12,4 casos por 100 mil habitantes, com discreto declínio nos anos posteriores.

A maior ocorrência da doença no Estado se dá na faixa etária adulta de 30 a 39, seguida dos adultos jovens de 20 a 29 anos. A partir de 2014 passaram a ser notificados também casos de infecção por HIV, o que pode ter impulsionado o aumento do número de notificações da doença/condição. De acordo com a atualização semanal das Doenças de Notificação Compulsória, referente à Semana Epidemiológica 47, publicada pela Secretaria da Saúde do Estado, foram confirmados este ano 908 casos de infecção por HIV, 553 casos de Aids e 142 óbitos. Em 2016 foram 961 casos de HIV, 677 de Aids e 166 óbitos.

A qualidade da assistência prestada nos serviços de saúde e o diagnóstico precoce são as principais estratégias para a redução mortalidade e morbidade à Aids. No Ceará funcionam 28 Serviços de Assistência Especializada em HIV/Aids (SAE), em 15 municípios. O objetivo destes serviços é prestar um atendimento integral e de qualidade aos usuários, por meio de uma equipe formada por médico infectologista e profissional de enfermagem. Em alguns serviços, a equipe é composta também de assistente social e psicólogo. Além do tratamento para o HIV/Aids, também é realizado testes para detecção do HIV e sífilis, como outros exames necessários para o melhor acompanhamento do paciente e a dispensação de medicamentos antirretrovirais.