Uma possível nova onda de casos de Covid-19 começa a se formar no Brasil e especialistas apontam que a mesma subvariante da ômicron associada à alta recente de infecções no exterior, a BQ.1, pode estar por trás do aumento de testes positivos para a doença no país. As autoridades e especialistas da área da saúde defendem que é uma “questão de tempo” até que ela também se torne dominante em solo brasileiro.
Uma das principais características que diferem a BQ.1 de outras cepas do coronavírus, explica o médico, é uma capacidade maior de escapar da proteção das vacinas. Em outros países que registraram ondas associadas à subvariante, contudo, a alta de infecções não foi acompanhada de um aumento significativo de hospitalizações e mortes —cenário que os especialistas estimam que irá se repetir no Brasil.
O aumento dos casos de Covid-19 tem chamado atenção no Ceará. O Estado ainda não tem registro da subvariante, mas a futura chegada da mutação é dada como certa por especialistas. A confirmação ocorreu por meio de sequenciamento genético feito pela Fiocruz Fatores como a quadra chuvosa e a grande quantidade de pessoas com esquema vacinal ainda incompleto podem favorecer a disseminação da BQ.1 nas cidades cearenses.
O Ceará tem registrado, desde outubro, uma média de 50 casos de Covid por semana. Entre os dias 2 daquele mês e 4 de novembro, houve duas mortes pela doença. Os dados são do Integra SUS, plataforma da Secretaria da Saúde. Em paralelo, os números da vacinação preocupam. Pelo menos 4,7 milhões tomaram a 3ª dose da vacina no Ceará há 4 meses e, portanto, já podem e devem garantir a 4ª dose – mas só 1,8 milhões já se imunizaram com a D4, como apontam dados da Sesa.
O número de testes positivos para Covid-19 no Ceará tem aumentado nas últimas três semanas. Entre 16 e 22 de outubro, 49 pessoas testaram positivo para o coronavírus, número que subiu para 61 na semana seguinte e para 82 na última semana. Os dados são da Secretaria da Saúde. Nos primeiros 7 dias de outubro, a positividade dos exames no Ceará estava em 1,8%, mas subiu progressivamente ao longo das semanas e, entre 30 de outubro e 5 de novembro, atingiu 7%.