O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse neste sábado que o “maior desejo” do partido é ter candidato próprio à Presidência da República, mas não descartou participar de uma coligação com outros pré-candidatos ao Palácio do Planalto. A legenda ainda espera uma definição do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa sobre sua candidatura.
— O maior desejo hoje é ter uma candidatura própria. Mas há outras opções, dependendo da conjuntura — disse Siqueira, após ser reconduzido à presidência do partido no congresso nacional da legenda, em Brasília.
Carlos Siqueira afirmou ter ficado entendido que, caso Barbosa decide se filiar ao PSB, será para disputar a Presidência da República. O prazo para a filiação termina em abril.
— A bola está com ele (Barbosa), que tem de dizer se será candidato ou não. Nós não fizemos nenhuma pressão e queremos que ele tome essa decisão conscientemente. Ele entrará se for para ser candidato à Presidência. Nós temos um mês para ele tomar uma decisão — contou.
O partido já decidiu lançar o vice-governador de São Paulo, Márcio França, na disputa pelo governo estadual. Ele vai assumir como governador em abril porque o atual chefe do Executivo, Geraldo Alckmin, deve disputar a Presidência pelo PSDB. Siqueira contou que a legenda foi procurada para um eventual apoio dos tucanos a França, mas a conversa não evoluiu:
— Até agora o PSDB diz que terá candidato, mas o Márcio França é o nosso candidato, com selo de prioridade máxima, independemente de candidatura do PSDB.
RESOLUÇÃO PODE DISTANCIAR PARTIDO DO PSDB
O congresso do PSB aprovou uma resolução da senadora Lídice da Mata (BA) para legitimar as movimentações que a direção do partido já vem fazendo desde o ano passado. No texto da parlamentar, a executiva e os caciques da legenda estão formalmente autorizados a trabalhar com três hipóteses relativas ao cenário da disputa presidencial.
O primeiro é de lançar candidatura própria. O segundo é de não ter candidato nenhum à Presidência da República e focar tempo, dinheiro e esforços na conquista de governos estaduais e de bancadas federais no Congresso Nacional. Por fim, é que a sigla entre na eleição ao Palácio do Planalto sem uma cabeça de chapa, mas que participe por meio de uma coligação com outras legendas.
A polêmica do texto é a previsão de que essa coligação só poderá ser feita com partidos que tenham “identidade programática” com o PSB. Neste caso, o apoio ao pré-candidato Geraldo Alckmin, do PSDB, pode ficar comprometido, embora Carlos Siqueira não descarte nenhuma aliança.
Essas movimentações ficam liberadas até julho, quando acontece mais um congresso. Desta vez, para definir qual dos três modelos será adotado pelos socialistas. Caso a opção seja pela coligação com candidato de partidos afins, essa condição coloca o PSB mais à esquerda no espectro político-ideológico. O ponto de referência para decidir qual legenda tem de fato afinidade de ideias será, basicamente, ser contra a agenda reformista do presidente Michel Temer.
Paralelamente a possibilidade de Joaquim Barbosa entrar na disputa, há duas lideranças do PSB aspirando concorrer à eleição presidencial pelo PSB. Um deles é o ex-deputado Beto Albuquerque, filiado à sigla há 18 anos. Além do tempo de casa, conta a seu favor o fato de já ter concorrido à vice-presidência em 2014, na chapa de Marina Silva, após a morte de Eduardo Campos. O outro postulante é Aldo Rebelo. Egresso do PCdoB, faz parte do quadro do PSB desde setembro do ano passado. Apesar de ser um novato no grupo, tem longa história de militância política no alto dos seus 62 anos. Já foi ministro das Relações Institucionais de Lula, e de mais três pastas no governo Dilma Rousseff — dos Esportes, da Ciência e Tecnologia e da Defesa.
Com informações O Globo