O ex-presidente do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e ex-vice-governador Domingos Filho (PSD) se prepara para voltar à Assembleia Legislativa. As informações surgidas nas últimas 24 horas apontam que, selado o acordo  com o ex-governador Cid Gomes (PDT) para apoio à reeleição do Governador Camilo Santana (PT), Domingos decidiu disputar  um mandato de deputado estadual nas eleições de 7 de outubro. A vaga estava sendo reservada para a ex-prefeita Patrícia Aguiar que desistiu da corrida eleitoral para assumir uma secretaria regional na Prefeitura de Fortaleza. Patrícia já teria recebido o convite do prefeito Roberto Cláudio.

Com 53 anos de idade e longe da aposentadoria, Domingos Filho,  após ficar como conselheiro em disponibilidade, passou a fazer movimentos políticos, se aliou à oposição liderada pelo senador Tasso Jereissati (PSDB), ensaiou uma pré-candidatura majoritária (governador ou senador), mas, aos poucos, foi convencido a voltar ao grupo liderado pelo ex-governador Camilo Santana. As articulações para a reaproximação de Domingos e Cid foram feitas pelo prefeito Roberto Cláudio e pelo ex-deputado federal Chiquinho Feitosa (DEM).

Domingos e Cid foram aliados nas eleições de 2006, 2010 e 2014, mas, em 2017, a aliança foi rompida. O estopim da briga nasceu com a decisão de Domingos apoiar à candidatura do dissidente Sérgio Aguiar (PDT) à Presidência da Assembleia Legislativa. Domingos se aliou, nessa briga, ao senador Eunício Oliveira (MDB). Cid queria – e conseguiu – a reeleição de Zezinho Albuquerque. A resposta ao que ficou definido como traição veio com a extinção, pela Assembleia Legislativa, do TCM. Cid impôs a maior derrota da história política de Domingos Filho.

Como na política os adversários do passado podem ser aliados no presente – assim como os aliados do passado podem ser amigos no presente ou no futuro, Cid Gomes e Domingos Filho se reaproximaram. O PSD, sob o comando do deputado federal Domingos Neto, decidiu apoiar  à reeleição do Governador Camilo Santana. O PSD é o 24º partido a engrossar a aliança puxada pelo PDT e PT.

A volta de Domingos ao Governo do Estado o garante a reeleição do filho, Domingos Neto, ao terceiro mandato na Câmara Federal. O movimento nos bastidores políticos revela que Domingos Filho se sentiu estimulado e gostou da ideia de concorrer a um mandato à Assembleia Legislativa. Domingos exerceu quatro mandatos de deputado estadual, sendo eleito, pela primeira vez, em 1994, e reeleito em 1998, 2002 e 2006. Durante a legislatura de 2007 a 2010, ocupou a Presidência da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa e, em 2010, foi eleito vice-governador na chapa da reeleição de Cid Gomes.