Além da queda, o coice. É, assim, que pode se definir a situação de centenas de agricultores do Interior do Estado que, após enfrentarem um demorado ciclo de estiagem, sofrem hoje para comercializar, a um preço justo, a boa safra de feijão. Quando a seca os castigava, com a falta de crédito, com o sol causticante, os agricultores sofriam para comprar milho e feijão para o próprio consumo e alimentação dos animais. Nos tempos de seca, a saca de feijão com 60 quilos chegava a 400 reais. Valor pago pelos próprios agricultores. Hoje, com as boas chuvas e a safra abundante, o preço do feijão despencou e, na Região dos Sertões de Cratéus, a saca do produto com 60 quilos custa menos de 80 reais. Uma dura realidade para os agricultores que, diante desse preço tão baixo, não escondem a angústia, nem a frustração. O preço é definido pelas regras de mercado – naquela da lei da oferta e da procura. Ou seja, quem tem dinheiro para comprar impõe o preço. Os agricultores, sem galpões para armazenar o feijão, se submetem as regras do mercado e são obrigados a se desfazer da safra por um preço baixo e injusto. Os agricultores, como defende o ex-deputado estadual Nenen Coelho, precisam de proteção do poder público e querem a garantia de um preço mínimo estabelecido pelos governos estadual e federal. Confira o editorial completo no player abaixo:

Editorial-25.04