Depois de dois anos perdendo a posição para o Reino Unido, a filial brasileira do Banco Santander voltou a apresentar o melhor resultado para o grupo espanhol em 2016. De acordo com dados apresentados nesta quarta-feira, 25, pela instituição, 21% do lucro global do conglomerado foi atribuído ao Brasil.

O Reino Unido ficou com a segunda posição, com 20%, e o Santander Consumer Finance (SCF) – um braço da instituição voltado ao financiamento de consumidores, em terceiro, com 13%. Com isso, o resultado da matriz ficou apenas na quarta posição, responsável por 12% do resultado do grupo no ano passado.

Num ano em que a libra esterlina passou por forte desvalorização em relação a várias outras divisas – incluindo o euro -, o lucro atribuído ao grupo pelo Reino Unido, que vinha capitaneando a geração de lucros nos últimos anos, apresentou redução de 14,7%. Sem o efeito do câmbio, a baixa seria de 4%.

Em 2016, o lucro do banco no país ficou em 1,681 bilhão de euros ante 1,786 bilhão de euros do Brasil. Além da libra, o Santander também registrou o impacto das operações no país em função da entrada em vigor de uma taxa bancária de 8%.

O banco lembrou que o comportamento da libra no ano passado foi uma reação ao referendo que decidiu pela saída do país da União Europeia, o chamado Brexit. Com a retirada desses impactos, o lucro antes de impostos no Reino Unido foi de 2,452 bilhões de euros no ano passado, um aumento de 7,7% sobre 2015.

Esse desempenho, de acordo com a instituição, se deve ao crescimento do crédito e menor custo de depósitos, juntamente com a disciplina no controle de custos e a qualidade de crédito.

Já o SCF apresentou um aumento no lucro atribuível de 16,5% no ano passado (17,9% excluindo a taxa de câmbio). O novo SCF de crédito de produção subiu 17% no ano, com aumentos em todos os países, segundo a instituição. “A unidade também reflete melhorias significativas na qualidade crédito e manteve a liderança em termos de eficiência”, considerou o grupo em nota divulgada nesta quarta-feira.

No caso da matriz, o lucro que remeteu para o grupo cresceu 4,6% de 2015 para 2016, para 1,022 bilhão de euros. “Embora o ambiente de baixas taxas de juros tenha afetado a margem líquida de juros, este efeito foi compensado por um bom crescimento na receita de serviços, controle de custos e forte melhorias significativas na qualidade do crédito”, avaliou o Santander.

Estadão Conteudo