O presidente Michel Temer cedeu aos caminhoneiros autônomos e recuou, na noite dessa quinta-feira, 7, a adoção de uma nova tabela mínima de fretes. Em reunião com representantes da categoria, no início da noite, o ministro dos Transportes, Valter Casimiro, informou que a medida será revogada e marcou novo encontro nesta sexta-feira, 8, para discutir a formulação de uma nova tabela.

“Essa nova resolução trouxe algumas questões que precisam ser revistas e foi uma resolução do Ministério dos Transportes que a gente torne essa nova resolução sem efeito”, disse o ministro, em vídeo divulgado pelas entidades dos caminhoneiros. O governo federal cedeu à pressão da categoria contra o fato de a nova tabela ter trazido, em média, uma redução de 20% do preço médio em relação primeira tabela, uma reivindicação que vinha sendo feita sobretudo pelo setor do agronegócio.

Além dos caminhoneiros, o setor privado tem se articulado para derrubar a tabela de preço mínimo no Congresso Nacional ou no Poder Judiciário. As empresas de transporte não querem pagar a conta de um expressivo aumento do custo do frete rodoviário. A ideia do Palácio do Planalto, ao publicar uma nova versão da medida nessa quinta-feira, 7, era acalmar tanto o setor produtivo quanto o setor de transporte para que uma nova medida fosse formulada, com a participação de ambos, em audiências públicas convocadas pela Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT).

A estratégia, contudo, não teve êxito e acabou criando uma nova crise governamental. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) passaram a estudar ações judiciais contra a medida.

Com informações do Jornal Folha de São Paulo