A disputa pelo Governo do Estado parece se encaminhar para um vitória folgada do candidato à reeleição Camilo Santana (PT). Pesquisa Ibope divulgada nessa segunda-feira, 24, aponta Camilo com 69% das intenções de votos, enquanto que General Theophilo (PSDB), segundo colocado, tem apenas 7%.

Na disputa presidencial, o Ibope mostrou que o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, continua na liderança das intenções de voto, com 28% da preferência do eleitorado. O percentual, porém, manteve o ex-capitão do Exército estagnado nas pesquisas, ao mesmo tempo que o candidato do PT, Fernando Haddad, cresceu de 19%, no levantamento anterior, para 22%, se aproximando do candidato do PSL.

Os assuntos foram destaques no Bate Papo Político desta terça-feira, 25, do Jornal Alerta Geral (Rádio FM 104.3 – Expresso Grande Fortaleza + 26 emissoras no Interior).

O levantamento Ibope para o Governo do Estado ainda coloca Hélio Góis (PSL) na terceira posição, com 2%, enquanto que Aílton Lopes (PSOL) e Francisco Gonzaga (PSTU) tem 1% cada.

O jornalista Beto Almeida lembrou que antes do início da disputa pelo Governo do Ceará, a oposição havia destacado que a eleição seria acirrada e não haveria perigo de um “W.O.” Para Beto, contudo, não é o que está acontecendo na prática, já que Camilo caminha para uma vitória que pode, inclusive, torná-lo o governador mais bem votado no Brasil no pleito deste ano.

Beto ressalta que a imagem de Camilo não tem tanta vinculação ao ex-presidente Lula. Para ele, Camilo está na liderança com ampla vantagem devido a oposição enfraquecida e devido a situação financeira confortável que o Estado se encontra, mesmo com a crise econômica que o País enfrenta.

O jornalista Luzenor de Oliveira lembrou ainda que Camilo tem dois palanques fortes no Ceará: o do PT, partido do qual é filiado e que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como principal liderança, mesmo preso, e o do PDT, que tem duas figuras muito populares no Estado do Ceará: Cid Gomes, candidato ao Senado, e Ciro Gomes, candidato à Presidência da República.

Enquanto isso, Beto pontua que Theophilo tem Geraldo Alckmin (PSDB) como candidato à Presidência, nome que exerce pouca influência como puxador de votos no Ceará e no Nordeste. Beto ainda destaca que a baixa competividade do PSDB na disputa pelo Governo do Estado se deve ainda ao desconhecimento de Theophilo por parte dos cearenses, já que os tucanos lançaram o general há poucos dias do início da campanha.

O jornalista Luzenor de Oliveira disse ainda que Camilo acertou ao estabelecer uma aliança com o candidato à reeleição ao Senado, Eunício Oliveira (MDB). A parceria administrativa, que começou em 2016, tornou-se uma aliança política, mesmo que informal, nas eleições deste ano. Ele destaca também que Camilo se antecipou nas articulações com os partidos de sua base aliada, evitando que siglas migrassem para a oposição encabeçada pelo senador Tasso Jereissati (PSDB).

Haddad no retrovisor

Já a pesquisa Ibope para a Presidência da República divulgada também na noite dessa segunda-feira, 24, mostrou que o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, se mantém na liderança com 28% das intenções dos votos. Bolsonaro, porém, estagnou, ou seja, permaneceu com o mesmo percentual que tinha no levantamento anterior, em 18 de setembro.

Em contrapartida, Fernando Haddad (PT) cresceu de 19% para 22% em menos de uma semana e já está no retrovisor do ex-capitão de Exército. Na sequência aparecem: Ciro Gomes (PDT), que se mantém com os mesmos 11% verificados no levantamento passado; Geraldo Alckmin (PSDB), que oscilou de 7% para 8%; e Marina Silva (Rede), que viu suas intenções de voto caírem de 6% para 5%.

Os demais candidatos (João Amoêdo, do NOVO, Alvaro Dias, do PODEMOS, Henrique Meirelles, do MDB, Guilherme Boulos, do PSOL, Vera, do PSTU, João Goulart Filho, PPL, Eymael, da DC e Cabo Daciolo, do PATRIOTAS) variam dentro da margem de erro e têm até 3% das menções cada. As intenções de votar em branco ou de anular o voto vão de 14% para 12% e os indecisos são 6% (eram 7%).

Para o jornalista Beto Almeida, a pesquisa Ibope dessa segunda não foi boa para Bolsonaro e deve acender uma luz amarela no comando da campanha do presidenciável. Bolsonaro também, reforça o jornalista, é o candidato mais rejeitado pelo eleitorado, com 46%. O índice pode prejudicá-lo em uma eventual disputa de segundo turno.

Para o jornalista Luzenor de Oliveira, o aumento de rejeição de Bolsonaro, saiu de 42% em 18 de setembro, para 46%, é fruto de um conjunto de medidas e ações de seus adversários, principalmente Ciro e Alckmin. Para Luzenor, a pancadaria verbal estagnou o crescimento de Bolsonaro.

Sobre a possibilidade de terceira via, Luzenor e Beto concordaram que a possibilidade ainda existe. No PSDB, partido de Alckmin, o objetivo é que o tucano tente capitalizar votos dos eleitores de Amoêdo, Meirelles e Alvaro Dias, que estão um pouco abaixo nas pesquisas de intenção de votos.

Alckmin também prega o voto útil, buscando conquistar os eleitores que não querem votar nem no PT, nem em Bolsonaro. A estratégia é a mesma seguida pelo presidenciável do PDT, Ciro Gomes, que aposta ainda que o voto silencioso pode leva-lo ao segundo turno.

Luzenor e Beto ainda destacaram que os coordenadores da campanha de Bolsonaro estão preocupados com o segundo turno, já que Bolsonaro perde para todos os principais adversários na segunda fase da disputa, exceto para Marina Silva (Rede), com que está numericamente empatado.

Confira no player abaixo o Bate Papo Político na íntegra! Os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida ainda comentaram a pesquisa Ibope que mostrou como está o cenário da corrida pelas duas vagas ao Senado no Ceará!

BATE PAPO 25.09.2018