Jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida / Foto: Redação

A polêmica gerada pelo presidente Jair Bolsonaro, que chamou os manifestantes que foram às ruas nessa quarta-feira (15) de “idiotas úteis“, fez com que parlamentares se posicionassem contra ou a favor da medida do governo federal em contingenciar recursos em universidades e institutos federais. O presidente falou, ainda, que a maioria dos manisfestantes eram manipulados por uma “minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais”.

O assunto ganhou destaque no país inteiro e entrou no Bate Papo Político desta quinta-feira, entre os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida que criticaram a declaração do presidente e enfatizaram que “ele (Bolsonaro) desconhece uma manifestação que tem, sim, gente infiltrada, mas tem, principalmente, estudantes comuns”. Para Beto Almeida, “não é de bom tom criticar uma manifestação de rua“. As críticas do presidente foram durante visita a Dallas.

O jornalista Luzenor de Oliveira lembrou que o governo chega a quatro meses no poder, “com a caneta nas mãos“, mas ainda sofre com uma série de “caneladas” vindas principalmente do próprio governo federal. Para Beto Almeida, a indicação de ministros com “ideologias distorcidos” – fazendo referência aos dois ministros da Educação (Weintraub e ex- ministro Ricardo Vélez) – gera a primeira grande crise do governo, o que pode gerar outra que ministerial.

“O que fica é uma grande preocupação”

O jornalista Luzenor de Oliveira destacou que a preocupação não passa apenas pelo corte no ensino superior. Segundo ele, o ensino infantil e o ensino médio também sofrem com a medida. Luzenor lembrou que em outros momentos houve, também, contingenciamento de despesas – como nos governos de Dilma Rousseff e Temer -, mas a resposta do governo federal para as manifestações foi diferente.

“O grito nas ruas tem muito desse sentido. Os aliados precisam ouvir e entender

O reflexo político das manifestações foi grande. O ministro da Educação foi convocado a prestar esclarecimentos na Câmara Federal – caso não fosse, Weintraub cairia no processo de improbidade administrativa – nessa quarta-feira. Na avaliação de Beto Almeida, “nem o pessoal que deveria ajudar o governo estava lá“. Para ele, o governo não consegue segurar uma base aliada e gera conflitos internos entre os próprios parlamentares da base.