Almejando retomar a credibilidade e influência política do partido no país, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva dissemina dentro do PT o pensamento de que a sigla deve ter candidaturas próprias nas eleições de 2020. O assunto foi destaque no Jornal Alerta Geral desta terça-feira (29).

Dentro do Bate-Papo político, os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida comentaram as articulações de Lula que, após a derrota nas eleições e o descrédito por parte da população, tenta reerguer o partido que esteve no comando do país por 12 anos

Para o jornalista Beto Almeida, a ideia do ex-presidente de promover candidaturas próprias nos pleitos municipais a fim de fortalecer as bases do partido é correta, mas no fundo, há outra desejo pro trás:

“Essa estratégia do ex-presidente Lula, ela é correta, mas do ponto de vista do ex-presidente, o que ele quer na realidade é fazer uma medição de forças com o Bolsonarismo no ano que vem. Ele quer meio que colocar um plebiscito pra, principalmente nas capitais, se definir com quem de fato o eleitorado está”

Beto ainda completa que as eleições de 2020, que definirão novos gestores municipais e novos membros nas câmaras dos municípios, deverão caracterizar-se por um debate muito mais nacionalizado. “O que já se está de olho aqui é 2022”, pontua o jornalista.

Embora possua grande influência e seja o maior mentor dentro do PT, o ex-presidente não possui ampla aceitação de sua ideia. Há dentro da sigla o sentimento de que o partido deva construir alianças e fortalecer uma frente de esquerda para chegar mais forte nas disputas eleitorais, porém, Lula quer o partido sozinho na luta pelo poder.

Na leitura do jornalista Luzenor de Oliveira a estratégia de Lula também é correta: “Se interpreta como correta está estratégia do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva porque ele está naquele jogo, perdido por um, perdido por 10. Então agora pra recuperar terreno somente com nomes próprios”

No Ceará 

No estado do Ceará, o pensamento de Lula se alinha com o da deputada federal Luizianne Lins, que cogita possibilidade de candidatar-se à prefeitura da capital cearense no ano vindouro.

“Aqui no Ceará vai ser um embrólio essa decisão. Não é uma visão que tem maioria dentro do partido, o que se coloca é que há uma perspectiva de que o PT quer fazer aliança”, afirma Beto.

“Mas o sentimento é de que no primeiro turno nós teremos o PT com candidatura própria e no segundo turno é outra briga”, complementa Luzenor de Oliveira.

No fim, Beto Almeida destaca que o diante da situação de discordância de preferências, “o peso e a decisão do governador Camilo Santana nessa questão” será muito decisivo e influente nos próximos passo do partido dentro do estado.