O voo com o candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, pousou no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, na manhã desta sexta-feira, 7. De lá, ele foi levado para o Hospital Albert Einstein, também na Zona Sul.

Após pousar, às 9h44, o avião parou no hangar de sua empresa. Em seguida, uma ambulância encostou ao lado da aeronave. Mais de 20 minutos depois, a ambulância levou o candidato até o helicóptero Águia, da Polícia Militar.

A aeronave o levou em cerca de 5 minutos até o heliponto do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, no Morumbi, bem perto do Einstein. Lá foi colocado em uma ambulância do próprio hospital. A transferência não foi feita diretamente porque o heliponto do centro médico está bloqueado. Bolsonaro chegou ao hospital Albert Einstein por volta das 10h43, horário de Brasília.

Bolsonaro estava internado na Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde passou por uma cirurgia após o ataque que sofreu na quinta, 6, na mesma cidade mineira.

Segundo médicos ouvidos pela reportagem, o candidato está “extremamente estável”, e não havia risco para a transferência. Por isso, a família de Bolsonaro decidiu pela internação no Einstein. Um médico do hospital paulistano acompanhou o candidato no voo.

Em um vídeo gravado no hospital e divulgado pelo site O Antagonista e nas redes sociais pelo senador Magno Malta (PR), Bolsonaro diz que nunca fez mal a ninguém e que se preparava para os riscos da campanha eleitoral.

“Até o momento, Deus quis assim. Eu me preparava para um momento como esse porque você corre riscos. Mas, de vez em quando, a gente duvida, né! Será que o ser humano é tão mau assim? Nunca fiz mal a ninguém”, disse Bolsonaro no vídeo.

Bolsonaro foi atingido por uma facada na barriga durante um ato de campanha em Juiz de Fora na tarde dessa quinta-feira, 6. O agressor foi preso.

Recuperação

Jair Bolsonaro não deverá receber alta hospitalar antes de “uma semana ou 10 dias”, disse em coletiva de imprensa na noite dessa quinta-feira, 6, o médico Luiz Henrique Borsato, da Santa Casa de Juiz de Fora, um dos profissionais que operaram o candidato. Ele ressaltou que o prazo é uma estimativa e que tudo dependerá da evolução do quadro de Bolsonaro.

O candidato era carregado nos ombros por apoiadores quando um homem se aproximou e o atingiu na barriga. “As lesões internas foram graves e colocaram em risco a vida do paciente”, disse Borsato.

Bolsonaro chegou ao hospital por volta das 15h40 perdendo muito sangue por causa do ferimento e foi submetido a uma cirurgia de urgência chamada laparotomia exploradora. No procedimento, o abdômen é aberto para que a cirurgia possa corrigir as lesões.

O procedimento detectou que o intestino grosso foi transfixado pela faca e que houve também três lesões no intestino delgado. A facada atingiu ainda uma veia do abdômen.

“O que houve foi um sangramento na veia abdominal, que logo foi estancado, e lesões nos intestinos grosso e delgado. Foi retirada a parte lesada do intestino grosso, e o intestino delgado foi costurado”, disse Borsato. A lesão no fígado, que chegou a ser uma hipótese, foi descartada.

Cinco cirurgiões e dois anestesistas trabalharam na operação. Durante o procedimento, Bolsonaro precisou receber quatro bolsas de sangue em transfusão. A cirurgia durou cerca de duas horas e terminou por volta das 19h40. Em seguida, Bolsonaro foi levado entubado e sedado para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Segundo o último boletim médico, o político é considerado um paciente grave que está submetido a cuidados intensivos. Na noite desta quinta, ele apresentava quadro estável.

Os médicos fizeram uma colostomia temporária, procedimento que conecta o intestino a uma bolsa fora do corpo, evitando que as fezes passem e possam causar uma infecção no local onde foi tratada a perfuração. Ele deve ser submetido a outra operação futuramente, para reverter a colostomia.

Agressor preso

No momento em que foi esfaqueado, Bolsonaro fazia corpo a corpo com eleitores na região do Parque Halfeld. O suspeito de atacar o candidato foi identificado pela PM como Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos. Ele está preso na delegacia da Polícia Federal em Juiz de Fora, onde confessou o crime.

O advogado de Adélio, Pedro Augusto Lima Possa, disse que seu cliente assumiu a autoria do atentado, e que ele agiu por “motivações religiosas, de cunho político”. “Ele não tinha intenção de matar, em momento algum. Era só de lesionar”, disse Possa.

O agressor é formado em pedagogia. Atualmente, não há registro de filiação partidária dele, mas Oliveira foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014. Ele tem passagem na polícia em 2013 por lesão corporal.

A executiva do PSOL em Minas Gerais confirmou que o agressor foi filiado ao partido no passado e divulgou nota repudiando o ataque e cobrando uma investigação.

Com informações G1