No ano passado, os hospitais da rede pública estadual no Ceará apresentaram aumento de 7,4% no número de cirurgias realizadas em relação a 2015. Foram efetuados 55.903 procedimentos, 3.873 a mais que no ano anterior, quando 52.030 pessoas se submeteram a operações. Dentre estas cirurgias, destaca-se o recorde de pacientes transplantados. Outro crescimento detectado foi o da quantidade de internações em dez hospitais geridos pelo Estado, passando de 92.595 (2015) para 98.888 (2016). Os dados foram apresentados pela Secretaria da Saúde (Sesa) em coletiva na manhã desta segunda-feira (30).
Os hospitais estaduais chegaram ainda na marca de 1.155.359 pronto-atendimentos, tendo a média de 96,2 mil pessoas atendidas por mês nos serviços de urgência e emergência. Com mais atendimentos, a mortalidade intra-hospitalar foi 3% menor ao longo do ano passado.

Segundo explica o secretário da Saúde, Henrique Javi, o avanço estatístico é resultado das melhorias do atendimento nas unidades da rede pública estadual de Saúde, com qualificação técnica dos profissionais e investimentos no aprimoramento da estrutura. O titular da pasta lembra, também, que o aumento das internações em 2016 representa um salto de 17,9% se comparado a 2014, quando 83.816 pacientes foram internados no Estado.

“É preciso destacar que o governador Camilo Santana tem a Saúde como uma das prioridades do governo. Essa é a motivação e a mola propulsora que fez com que, no ano de 2016, a gente apresentasse esses bons resultados. É sabido de todos que temos uma dificuldade enorme de financiamento do sistema sanitário, algo que tem gerado dificuldades em vários estados ricos do país, mas o Ceará vive momento diferenciado. Apesar de tudo, há um esforço que envolve políticas do governo, enorme dedicação dos profissionais da Saúde e apoio da população”, conta o secretário.

Recorde em transplantes

Em 2016, o Ceará bateu recorde e realizou 1.866 transplantes. O resultado fez com que o Ministério da Saúde declarasse zerada a fila para transplante de córnea no Estado. Os transplantes desse tipo de tecido chegaram a 1.260 no ano passado. Além disso, houve 257 de rim, 195 de fígado, 32 de coração, 6 de pulmão, 97 de medula óssea, sendo 67 autólogos e 29 alogênicos e um haploidêntico e 19 de esclera. O Ceará, anualmente, fica entre os estados que mais realizam transplantes, com recordes sucessivos. Em 2014, foram 1.399 transplantes e, no ano passado, 1.433.

“No caso dos transplantes, é importante destacar que o transplante é a mais refinada das estruturas, envolvendo a mais complexa das atenções. Envolve toda uma rede de comunicação, uma rede de captação e uma rede de assistência. Levando em consideração toda essa gama que se tem por trás, bater o recorde de transplantes significa que a nossa rede é antes de tudo muito qualificada. Temos bons profissionais, temos capacidade técnica, equipamentos, infraestrutura e temos, também, apoio para que isso possa acontecer”, destaca Javi.

O secretário lembra que o Ceará se tornou referência para todo o país na área de transplantes, ofertando capacitação para profissionais de outros estados. “Hoje nós temos um programa de tutoria junto ao Ministério da Saúde, pelo qual transplantadores de todo o Brasil vêm para cá aprender mais e desenvolver técnicas para levar a outros estados”, diz.

Microcefalia

A Sesa implementou Núcleos de Estimulação Precoce em 19 Policlínicas do Estado, nas quais equipes multiprofissionais com 105 profissionais capacitados atendem a 478 crianças cadastradas, das quais 96 com microcefalia. O Estado realizou mutirões nas macrorregiões de Fortaleza, Litoral leste Jaguaribe, Cariri e Sobral para fortalecer a atenção à saúde e proteção social de crianças com microcefalia.

Arboviroses

Até 30 de dezembro de 2016, o Ceará conseguiu a redução de casos graves da dengue em 70% e queda de óbitos pela doença em 58,3% em relação a igual período de 2015. A Sesa elaborou o Plano Estadual de Vigilância e Controle das Arboviroses (doenças causadas pelos chamados arbovírus, que incluem o vírus da dengue, zika e chikungunya) para ajudar a prevenir a ocorrência de epidemias dessas doenças em 2017.

Programas de Ostomizados e APLV

O Programa de Atenção à Saúde da Pessoa Ostomizada começou em 1º de fevereiro de 2016 e, atualmente, tem 2.246 cadastrados (820 na capital e 1.426 no interior). De fevereiro a dezembro foram realizados 12.308 atendimentos para prevenir e tratar complicações relacionadas às ostomias (cirurgia para construção de um novo trajeto para saída das fezes ou da urina).

O Programa de Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), que garante atendimento ambulatorial individualizado a 2.469 crianças de 0 a 4 anos com alergia alimentar, além da dispensação de fórmulas especiais, foi aperfeiçoado. A Sesa implantou novo protocolo de atendimento em abril de 2016 no Centro de Saúde Meireles para ampliar a capacidade do número de crianças atendidas, dar agilidade a abertura do processo e entrega da fórmula. Com isso, o tempo de espera para o primeiro atendimento caiu de 12 meses para 45 dias e o intervalo de acompanhamento entre consultas passou de 8 meses para 5 meses.

Com informação da A.I