Os bastidores políticos da Câmara e do Senado tem uma temperatura elevada com as críticas, a insatisfação e a troca de farpas entre líderes partidários e representantes do Governo Federal. O ambiente político é ruim, azedou, e a reforma previdenciária está longe – muito longe, de ser aprovada.

Os mais otimistas fazem a seguinte leitura: se passar pelo Plenário da Câmara Federal, a reforma da previdência social terá menos da metade das propostas apresentadas pelo presidente Jair Bolsonaro. A rejeição ao profeto com as novas regras para os trabalhadores se aposentarem ou receberem pensões é grande e poucos deputados federais estão dispostos a pagar o preço do desgaste com os eleitores.

Como o presidente Jair Bolsonaro considera que boa parte dos 513 deputados federais faz parte da velha política, dezenas e dezenas de parlamentares – sejam velhos ou novos, por mais simpatia que tenham ao governo, não irão votar a favor da reforma previdenciária. É, nesse clima de verdadeiras intrigas, que o presidente Bolsonaro caminha para chegar aos 100 primeiros dias de governo.

Sem um congresso nacional sintonizado, a agenda do Palácio do Planalto não anda. E, nesse caso, sintonia não significa subserviência, mas sim afinidade com a agenda que é mais importante para o País. Sintonia – repito, nasce com diálogo, com conversa e entendimento.

Em meio ao debate sobre a reforma previdenciária e a crise política, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) publicou uma mensagem no Twitter em que faz alertas sobre a relação do presidente da República com o presidente da Câmara. Ele não cita Jair Bolsonaro, mas a publicação é feita num momen to de rusgas entre o Planalto e o deputado Rodrigo Maia em torno da reforma da Presidência.

“Paradoxo brasileiro: os partidos são fracos, o Congresso é forte. Presidente que não entende isso não governa e pode cair; maltratar quem preside a Câmara é caminho para o desastre”, escreveu FHC., que, ainda, recomendou. “Precisamos de bom senso, reformas, emprego e decência. Presidente do país deve moderar não atiçar.” Ou seja, o caminho é o bom senso.

AGÊNCIA BRASIL