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À medida em que avança o plano de retomada das atividades econômicas e comportamentais do Ceará e que o Governo Federal define orientações para o retorno das atividades presenciais em instituições de ensino superior, universidades de Fortaleza começam a se organizar internamente para traçar estratégias próprias de retorno ao semestre letivo.

O Plano Pedagógico de Emergência (PPE) da Universidade Federal do Ceará (UFC), por exemplo, foi aprovado na última quinta-feira, 2, mesmo dia em que o Ministério da Educação (MEC) definiu o protocolo nacional de biossegurança para a retomada das atividades em instituições federais.

O documento aprovado pela Universidade Federal do Ceará orienta como devem ser as atividades acadêmicas dos cursos de graduação, de pós-graduação e das Casas de Cultura Estrangeira para a conclusão do semestre letivo 2020.1, interrompido devido à pandemia de Covid-19.

Foram definidos prazos e formatos considerando três tipos de turma acadêmica: as que estão realizando atividades remotas, as que tiveram as atividades remotas interrompidas e as que ainda não iniciaram as atividades remotas.

Além disso, a UFC pretende assegurar a inclusão digital dos estudantes em vulnerabilidade socioeconômica distribuindo seis mil chips de planos de internet móvel. Professores, segundo a universidade, também devem receber suportes pedagógico e tecnológico, assim como de acessibilidade pedagógica, metodológica, de infraestrutura física e de segurança sanitária.

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Já a Universidade de Fortaleza, que concluiu o conteúdo teórico do semestre letivo 2020.1 no último 6 de julho, ainda aguarda determinação do governo estadual para decidir data para repor as atividades práticas de todos os cursos.

Enquanto isso, a universidade garante ter tomado todas as medidas preventivas, como mudanças em seu ambiente físico para o retomada das atividades afim de evitar e minimiza o contágio do novo coronavírus.

Foram estabelecidas normas de distanciamento social, proteção individual e higiene, além de afixadas sinalizações e instalados equipamentos de proteção.

No último 18 de junho, a Unifor divulgou nota afirmando estar preparada para retorno imediato:

“Logo que as autoridades sanitárias liberarem as atividades em função da pandemia, apresentaremos o nosso plano de retomada, sempre orientado pelo melhor para a saúde de toda comunidade e para a melhor formação acadêmica. Ninguém sairá prejudicado”. Apesar de ainda não ter o plano pronto, a universidade projeta retornar de maneira híbrida, ou seja, com parte do ensino remoto e parte presencial.

A Universidade Estadual do Ceará (Uece), por sua vez, ainda estuda o próprio protocolo. Isso porque a instituição interrompeu o semestre 2019.2 em março, devido ao primeiro decreto de isolamento social do Governo, e ainda não conseguiu concluir todas as disciplinas. “Por várias razões”, justifica a reitora Josete de Oliveira Castelo Branco Sales, como, por exemplo, o impedimento de aulas práticas em laboratório e a falta de acessibilidade à Internet por todos os universitários, professores e servidores. “Ainda temos disciplinas em aberto”, admitiu.

Enquanto executa de forma remota atividades como bancas e orientações de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e de pesquisa, a Uece tem montado grupos de trabalho para desenvolver protocolo de retomada segura das atividades e para identificar quem, na universidade, compõe o grupo de risco para a Covid-19. De toda forma, Josete já não prevê retorno 100% presencial ainda este ano. “Não estamos vendo nenhuma possibilidade”.

O que é mais possível, segundo a reitora da universidade estadual, é retomar as atividades de maneira remota a partir de agosto. Contudo, somente na próxima semana, quando o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) deve se reunir munido do protocolo feito pelos grupos de trabalho, é que devem ser estabelecidas datas e formas de retorno.

“Nossa preocupação é garantir a conclusão do semestre que suspendemos”, concluiu Josete.

(*) Com informações da Câmara Municipal de Fortaleza.