O que o Governo Federal menos quer, pode acontecer: a volta da reforma previdenciária à Câmara dos Deputados. Isso pode acontecer porque, nas mudanças propostas pelo relator senador Tasso Jereissati (PSDB), estão alterações que mexem com o projeto original aprovado pelos deputados federais.
Uma dessas alterações é a inclusão dos trabalhadores informais na reforma – essa iniciativa assegura aos trabalhadores de baixa renda um sistema especial de cobertura com alíquota mais baixa.
A interpretação entre deputados federais é que o Senado estaria ampliando a proposta aprovada pela Câmara, o que obrigaria à apreciação – mais vez, da mesma matéria pelos deputados.
Outra é a redefinição do texto que dispõe sobre a possibilidade de estados e municípios cobrarem alíquotas extras dos servidores caso haja desequilíbrio nas contas das previdências municipais e estaduais. Esse dispositivo está sendo acrescido, ou seja, altera a PEC que saiu da Câmara Federal.
Se as mudanças apresentadas pelo senador Tasso passarem pelo Plenário do Senado, a PEC volta à Câmara Federal e, com esse contratempo, as novas regras para concessão de aposentadorias e pensões poderão ser adiadas para 2020.
Há uma mobilização entre líderes de bancadas e representantes do Governo Federal para tentar um acordo com votação no Plenário que evita atraso na reforma. A negociação é conduzida pelo Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM).
A alteração no texto original que mais gera preocupação é atinente à inclusão dos estados e municípios na reforma previdenciária. Ao apresentar o parecer, Tasso retirou a expressão “no âmbito da União”, permitindo que governadores e prefeituras criem alíquotas extraordinárias dos servidores para cobrir o déficit de seus regimes próprios.