O deputado federal Capitão Wagner avança nas articulações para se filiar ao DEM e garantir um melhor guarda-chuva partidário na disputa pela Prefeitura de Fortaleza. Bombardeado por denúncias de má gestão de recursos dos fundos partidário e eleitoral, o PROS, que, também, não dispõe de tempo mais expressivo na propaganda de Rádio e Televisão, deixou de ser atrativo para o Capitão.

Eleito, em 2018, pelo PROS, Wagner construiu uma linha direta com os dirigentes nacionais do DEM e, desde meados do ano passado, abriu diálogo com o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, para conquistar a sigla que hoje tem como presidente da Executiva Regional o primeiro suplente de senador e empresário Chiquinho Feitosa.

Desde meados do ano passado, Wagner investiu nas articulações para disputar, pelo DEM, à Prefeitura de Fortaleza. O movimento do capitão despertou preocupação entre dirigentes regionais que caíram em campo para, junto ao Presidente da Executiva Nacional da sigla, ACM Neto, evitar mudanças no comando do partido no Ceará.

O assédio ao DEM partiu, também, da médica Mayra Pinheiro, que concorreu ao Senado, em 2018, pelo PSDB, e trabalha para entrar na briga pela Prefeitura da Capital. O empresário Chiquinho Feitosa ganhou a queda de braço e permanece como Presidente do DEM no Ceará.

Preocupado em montar uma ampla coligação que, hoje, já conta com o Republicanos, antigo PRB – braço político da Igreja Universal, o PSC, o Avante e o Podemos, Wagner mudou a estratégia e, nas conversas com o presidente Rodrigo Maia, deixa um cenário de otimismo: entrar no DEM com mais outros três deputados federais e não mexer com a atual cúpula da agremiação no Ceará.

Wagner lidera todos os cenários de pesquisas na corrida pela Prefeitura e sabe, que, com uma coligação mais robusta, pode dispor de um número bem elevado de candidatos a vereador que o ajudariam a ganhar ainda mais visibilidade nos bairros periféricos e atrair votos a caminho do segundo turno da eleição.

A quatro meses da abertura do prazo (20 de julho a 5 de agosto) para as convenções que irão homologar candidaturas e coligações às eleições de outubro, Wagner é o único, entre os pretendentes ao Paço Municipal, com a pré-candidatura definida à sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT) e ainda não sabe quais serão os adversários no primeiro turno da eleição.

O PDT ainda não tem um nome definido, embora apresente como opções o secretário de Governo do Município, Samuel Dias, o presidente da Assembleia Legislativa, José Sarto, e a vice-governadora Izolda Cela. O PT poderá lançar, como candidata, a atual deputada federal Luizianne Lins, enquanto o Solidariedade ensaia a candidatura de Heitor Férrer. Os aliados do presidente Jair Bolsonaro têm esperanças de registrar o Aliança pelo Brasil e lançar o candidato à Prefeitura de Fortaleza. O atual cenário tem, no entanto, o Capitão Wagner como única pré-candidatura consolidada.