Um estudo publicado, nesta segunda-feira (2), pelo Jornal O Globo, mostra que, com a falta de dinamismo econômico e o envelhecimento da população, em muitos municípios os recursos pagos pelo INSS têm adquirido uma importância cada vez maior. No Ceará, mais de um milhão de pessoas recebem benefícios previdenciários.

Os dados da Secretaria da Previdência e do IBGE apontam que, em 2017, último ano com essas informações disponíveis, os benefícios de seguridade representavam mais de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) em 693 municípios. Trata-se do maior patamar da série histórica, iniciada em 2002. Naquele ano, havia 349 cidades nessa situação.

Segundo os levantamentos, em 2010, quando o PIB registrou alta de 7%, os benefícios pagos pelo INSS — como aposentadorias, pensões, auxílio-doença e BPC/Loas, pago a idosos e deficientes de baixa renda — representaram mais de um quarto de tudo o que foi produzido em 487 municípios. Em 2010, os benefícios previdenciários correspondiam a 6,3% de tudo o que é produzido no país. Em 2018, já equivaliam a 8%.

A dependência do INSS está concentrada nas cidades com até 50 mil habitantes, cuja principal atividade econômica é a administração pública, e está majoritariamente no Nordeste. Das 184 cidades do Ceará, 78, pelo menos, tem na renda das aposentadorias e pensões uma das principais de movimentação da economia local.

Há, porém, um dado que chama a atenção e provoca certamente baque para o comércio das pequenas cidades: a maior parte da renda dos benefícios do INSS no Ceará é retida com empréstimos consignados, o que gera – vamos dizer, assim, um verdadeiro desfalque na economia dos municípios, principalmente, das pequenas cidades.