O Ceará registrou nesta semana, após início do motim de policiais militares, os dois dias mais violentos do estado em relação ao número de mortes desde 2012. Nesta sexta-feira (21) foram 37 homicídios no estado; e no sábado (22), outros 34.

Os números só não maiores que o total de homicídios em 1º de janeiro de 2012, data de outra paralisação da PM, quando ocorreram 41 assassinatos no estado.

No início de 2012, o Ceará enfrentava uma outra paralisação de policiais militares, quando a maior parte da frota da PM cruzou os braços. Com a crise, comerciantes fecharam as portas em Fortaleza e algumas cidades do interior devido à insegurança.

Desde quarta-feira (19), quando quartéis da Polícia Militar foram ocupados por policiais amotinados, foram 122 assassinatos no estado, uma média de 30,5 por dia. Do início deste ano até antes do motim, a média no Ceará era de seis homicídios por dia.

O motim dos PMs teve início na tarde de terça-feira (18), mas ganhou corpo a partir de quarta. Homens encapuzados que se identificam como agentes de segurança do Ceará têm invadido quarteis, impedindo o seu funcionamento, e esvaziado pneus de veículos oficiais.

Os amotinados reivindicam aumento salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana (PT).

Por conta da crise na segurança, o Exército passou a atuar em Fortaleza na sexta-feira, em uma aplicação da Garantia da Lei e da Ordem. Mesmo após o reforço, o Ceará teve 37 homicídios na sexta-feira.

O comandante da 10ª Região Militar do Ceará, Fernando da Cunha Mattos, afirmou que o estado ainda receberá mais tropas para reforçar a segurança. Mattos disse que o número de soldados foi “inicialmente insuficiente” e que o Comando do Nordeste enviou tropas de quatro estado. O número de soldados, porém, não foi informado pelo comandante.