O governador Camilo Santana (PT) oficializou na noite desse domingo (19), mesmo em meio as pressões para abertura das atividades comerciais e o colapso na rede pública de saúde, a prorrogação do isolamento social no Ceará por mais 15 dias como iniciativa para barrar o crescimento da pandemia do coronavírus. O estado registra, até a tarde deste domingo, 3.306 pessoas infectadas e 189 óbitos pela síndrome respiratória, sendo que, desse total, 148 mortes ocorreram na Capital.

Os cearenses irão ficar em casa até o dia 5 de maio, que é a primeira terça-feira do mês de maio. O período é marcado por dois feriados – 21 de abril (terça-feira)  e primeiro de maio (sexta-feira). As duas datas amenizam a ansiedade de quem quer abrir as portas dos seus negócios e pelas pessoas que estão dentro de casa.

Camilo tem ouvido fortes cobranças da área industrial e empresarial para autorizar, aos poucos, o retorno das atividades produtivas. É grande a angústia de pequenos, médios e grandes empreendedores com o caixa vazio e as contas que estão chegando. Uma cobrança da área empresarial é sempre acompanhada de ponderações da Secretaria de Saúde do Estado.

Um dos entusiastas do afrouxamento das normas de isolamento é o ex-presidente da Federação das Indústrias do Ceará (FIEC), Beto Studart. Beto chegou a comemorar, no último domingo, a flexibilização das regras de distanciamento social, mas o ufanismo acabou por surtir efeitos contrários e provocou mudanças no decreto assinado pelo próprio Chefe do Executivo Estadual.

Camilo trabalha, ainda, com um cenário regional: ele mantém conversas com os Governadores dos Estados do Nordeste para, se possível, as medidas de isolamentos social serem sintonizadas. O Nordeste registra, neste domingo, de acordo com a plataforma do Governo Federal, 9.300 pessoas infectadas.

As decisões conjuntas entre os governadores contribuem para maior êxito nas ações de enfrentamento à Covid-19 uma vez que, com essas medidas, as divisas entre os estados continuarão com barreiras, evitando, assim, maior propagação do vírus. Simultâneo à prorrogação do decreto que mantém o isolamento social, Camilo, a exemplo dos demais governadores brasileiros, tem a semana como decisiva para aprovação de projetos que tramitam na Câmara Federal e no Senado disciplinando socorro aos estados e municípios. O dinheiro é oriundo da União, mas o Governo Federal resiste pagar a conta no tamanho que os prefeitos e os governadores querem.