“Projeto social tem que ser para tirar a pessoa da pobreza e não para mantê-la num regime de quase dependência. Nós não queremos nenhum brasileiro dependendo do Estado”, disse. Ele descartou o interesse em acabar com algum programa social, mas ressaltou que todos passarão por um pente-fino.

“Logicamente, ninguém será irresponsável a ponto de acabar com qualquer programa social, mas todos serão submetidos a auditoria para que aqueles podem trabalhar entrem no mercado de trabalho e não fiquem dependendo do Estado a vida toda”, disse o presidente eleito logo após participar das comemorações do 73º aniversário da Brigada de Infantaria Paraquedista, na Vila Militar do Rio. Capitão reformado do Exército, ele se formou paraquedista na turma de 1977.

Cirurgia após a posse

“um pouquinho” as recomendações médicas ao desfilar com ex-paraquedistas, por entender que a “vibração” com os colegas ajuda em sua recuperação. Ele afirmou que está confiante de que poderá fazer a cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia em 20 de janeiro. Um dia antes, já no exercício do mandato, ele passará por exames no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

“Fiz uma nova avaliação e a recomendação da equipe médica, que tem à frente o doutor Macedo, é que no dia 19 de janeiro eu devo comparecer novamente lá, em São Paulo. Se eu tiver condições, tendo em vista o grau de risco de infecção, eu opero no dia 20. Caso o contrário, será novamente adiada”, contou aos jornalistas.

A cirurgia estava marcada para 12 de dezembro, mas, por causa de uma inflamação, o procedimento foi adiado pelos médicos. Esta será a terceira cirurgia de Bolsonaro desde que sofreu uma facada no abdômen em 6 de setembro durante ato de campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG).

O adiamento da cirurgia para depois da posse abre passagem para o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, ocupar interinamente a Presidência. Estima-se que Bolsonaro precisará de duas semanas para se recuperar, período em que deverá ser substituído pelo general.

Evangélicos

A bancada reagiu à veiculação da notícia de que o ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, seria o escolhido para comandar a pasta. Considerado de perfil moderado, Mozart foi chamado de “esquerdista” por parlamentares evangélicos.O presidente eleito disse que não tem pressa para concluir a escolha de seus ministros e negou que tenha sofrido pressão da bancada evangélica para definir o nome do novo ministro da Educação, anunciado anteontem à noite.

“Nós nos sentimos no direito de vetar o ministro da Educação porque ajudamos a eleger o presidente”, disse o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), um dos líderes da frente parlamentar, na última quarta. Bolsonaro foi às redes sociais dizer que não havia definido qualquer nome para o cargo. Na quinta à noite ele anunciou pelo Twitter que a Educação será comandada pelo filósofo colombiano naturalizado brasileiro Ricardo Vélez Rodríguez.

“Pelo que eu sei, [Vélez] não é evangélico. Mas atende aquilo que a bancada evangélica defende, os princípios, valores familiares e respeito à criança”, afirmou. “Não teve pressão nenhuma. Várias pessoas me procuram, são indicadas, eu converso com todo mundo e, como vocês dizem na imprensa, ‘comeram barriga’. Citaram um nome que não tinha sequer anunciado”, acrescentou.

Ministério da Educação

Vélez foi indicação do escritor de extrema-direita Olavo de Carvalho, que tem ascensão sobre a família Bolsonaro. O futuro ministro defende o projeto Escola Sem Partido, bandeira do presidente eleito, e que o golpe militar de 1964 seja comemorado, em alinhamento com os pensamentos do chefe.

Bolsonaro afirmou que está adotando critério técnico na escolha dos ministros. “Já queria ter fechado o ministério, mas isso é como casar. Você pode namorar muitas, mas noivar e casar só com uma.” Ele disse que ainda vai conversar com alguns nomes que pretende trazer para o seu governo.

 

 

 

 

 

Com informação do UOL