O ex-presidente do Senado e atual presidente regional do MDB, Eunício Oliveira, não entregou os pontos, está observando o cenário pré-eleitoral sem pressa, sabe que antigos aliados tentaram atropelá-lo para enfraquecer o seu partido e mostra a interlocutores disposição para voltar à cena política.
Eunício, que, no ano passado, se distanciou do cenário local, viu a migração de prefeitos e lideranças municipais migrarem para outras siglas, principalmente, o PSD, não deixou de atuar nos bastidores e começou a agir para recompor quadros, lançar candidatos a prefeito em muitas cidades cearenses, especialmente, nos maiores colégios eleitorais, como Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Sobral, Juazeiro do Norte, Crato e, por exemplo, Iguatu.
Aliados do ex-senador definem o distanciamento e o ‘mergulho’ de Eunício como uma quarentena entre os resultados adversos da eleição de 2018 e o pleito deste ano. Esse distanciamento abriu a janela para o PSD, sob o comando do ex-vice-governador Domingos Filho, atraiu prefeitos e pré-candidatos a perfeito que decidiram não permanecer nos quadros do MDB na corrida pelas Prefeituras de Municípios do Interior e da Grande Fortaleza.
À distância, Eunício, em um misto de indignação e silêncio, viu o PSD avançar sobre as suas bases, não conseguiu conter a saída de alguns militantes do MDB, barrou a migração de outros e carrega, na agenda, uma resposta aos que o traíram.
Quem aposta que Eunício estaria de braços cruzados, engana-se: com tempo de rádio e televisão e um bom caixa no fundo eleitoral, o MDB, pelas mãos do ex-presidente do Senado, estará presente na disputa pelas Prefeituras, seja com candidaturas próprias ou aliado a outras agremiações. Eunício mantém bom diálogo com o Governador Camilo Santana, o MDB integra a base de apoio à administração estadual e, nas eleições de 2020, os emedebistas poderão estar bem perto dos aliados do Palácio da Abolição.