Deputados federais que integram as bancadas do MDB, PSD, PP, PL, SD e PROS comemoram a abertura de espaços no Governo do presidente Jair Bolsonaro com a indicação de apadrinhados para cargos da administração federal. Quanto maior e mais fiel é a bancada, maior é a fatia nos cargos.

Se os parlamentares aliados ao Planalto têm motivos para comemorar, o deputado Heitor Freire (PSL) e só lamento ao saber que o aliado Júlio Aquino foi exonerado da Superintendência do Ibama no Ceará. Heitor insiste que é aliado e fiel ao Palácio do Planalto, mas os gestos da cúpula do Governo dão sinais em outra direção.

O único representante do PSL do Ceará na Câmara Federal se conflitou com o presidente Bolsonaro e decidiu  se abraçar com o presidente da Executiva Nacional do PSL, Luciano Bivar. O confronto provocou a saída da sigla do clã Bolsonaro que, na quinta-feira, oficializou, em Brasília, a criação de um novo partido – a Aliança pelo Brasil.

CARGOS A ALIADOS

O governo decidiu destravar as indicações políticas para os cargos federais nos estados, abandonando em definitivo o projeto da Casa Civil de um “banco de talentos” , anunciado no início do ano. Desde que assumiu a Secretaria de Governo em julho, o ministro Luiz Eduardo Ramos recebeu 1.044 pedidos de deputados e senadores para indicar aliados nos cerca de 15 mil cargos federais.

O balanço até agora é de 313 nomeações, 614 nomes sob análise e 430 indicações negadas, segundo uma planilha do ministro da Secretaria de Governo — os pedidos podem incluir mais de um nome.  Deputados cearenses – como Roberto Pessoa, Moses Rodrigues, Genecias Noronha e Domingos Neto, já emplacaram aliados e tentam, nesta semana, receber boas notícias sobre outros nomes que apresentaram para cargos no INSS, Incra, DNOCS, Ministério da Agricultura e, por exemplo, Ibama.

SEM GUARDA CHUVA

Enquanto esperam as nomeações, o deputado Heitor Freire, que entrou em conflito com a família Bolsonaro, é só lamento: o superintendente do Ibama no Ceará,  Júlio Aquino, indicado por Freire, que é do PSL, foi exonerado na última quinta-feira. Heitor lamentou: ‘’Peguei um nome técnico, de conduta ilibada e boa formação acadêmica. Obviamente, sabiam que era uma pessoa próxima a mim’’, queixou-se Heitor Freire, em declaração publicada pelo Jornal O Globo. Heitor ainda disparou: ‘’Acho que é um desrespeito a um deputado que tem sido fiel nas votações do governo, uma falta de habilidade política tremenda’’.