A violência avança e tira o sossego até de quem tenta, pelo menos, dormir e acordar em suas próprias casas. As facções criminosas continuam dando as ordens em bairros de Fortaleza e decidem quem deve ou não morar em determinado local. O caso mais recente aconteceu nesse fim de semana quando um casal recém-instalado em uma residência no bairro José Walter foi expulso com a roupa do corpo e teve eletrodomésticos roubados. De acordo com a Defensoria Pública do Ceará, entre novembro de 2017 e julho de 2018, 131 famílias tiveram que deixar suas casas de forma violenta na Capital. Aproximadamente 524 pessoas impactadas.

A Polícia prendeu, ainda nessa segunda-feira, um suspeito de expulsar os recém-casados do apartamento que tinham recebido 15 dias antes, no José Walter. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, a resposta a esses casos criminosos está sendo dado através do projeto de policiamento 24 horas, que vem sendo expandido em pontos estratégicos nas periferias da Capital, incluindo áreas onde estão localizados os conjuntos habitacionais alvos de grupos criminosos.

Em abril deste ano, o Núcleo de Habitação e Moradia, da Defensoria Pública do Ceará, que faz levantamento sobre expulsão de moradores de comunidades, afirmou que 264 pessoas, distribuídas em 66 famílias, tinham sido afetadas diretamente nos seis meses que antecederam. O número praticamente dobrou em quatro meses.

A Polícia Civil capturou 21 pessoas suspeitas de envolvimento direto ou indireto nas ocorrências de expulsão na Capital. Dessas, 19 somente na região do Grande Jangurussu. A orientação é que as vítimas procurem a delegacia ou denunciem por meio do Disque Denúncia pelo número 181. O sigilo é garantido.