Ao passo que o ex-vice governador Domingos Filho, atual presidente regional do Partido Social Democrático, seduz personalidades políticas no interior do Ceará para tornarem-se aliados da sigla, seu filho, deputado federal Domingos Neto (PSD), possui nas mãos uma grande responsabilidade como relator geral do Orçamento da União. A função é classificada pelos opositores como uma ferramenta de cooptação indevida.

Toda a repercussão negativa teve início com as manifestações dos parlamentares Leonardo Araújo (MDB) e Audic Mota (PSB), que se pronunciaram no plenário da Assembleia Legislativa criticando as manobras políticas de Domingos Filho. O primeiro representando a insatisfação do ex-senador Eunício Oliveira e o segundo dando voz ao desafeto Zezinho Albuquerque, Secretário das Cidades do governo estadual.

Nessa perspectiva, o deputado federal Domingos Neto, responsável por analisar mais de 9 mil emendas colocadas sobre a Orçamento da União, é acusado de utilizar-se de sua atribuição como forma de influenciar políticos à se filiarem ao PSD com a promessa do envio de verbas da União para os gestores. O assunto entrou na pauta do Bate-Papo político dentro do Jornal Alerta Geral desta terça-feira (05).

Comentando o assunto, o jornalista Beto Almeida afirma que, caso existam de fato, os objetivos políticos de Domingos Neto não são ilegítimos:

Não é pouca coisa ser relator geral do orçamento da União. É muito dinheiro! É um poder sim que o Domingos Neto tem, inclusive de destinar emendas que ele pode ter questões prioritárias, atender sim interesses políticos, nada disso é ilegítimo diga-se de passagem.

Diante das acusações e críticas ferozes, a deputada estadual e esposa de Domingos Filho, Patrícia Aguiar (PSD), é aguardada para subir à tribuna e expor seu pronunciamento em defesa do marido e do partido nesta terça-feira no plenário da Assembleia legislativa.  Por outro lado, em sua defesa, Domingos Filho disse uma frase que provocou o debate entre entre os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida:

A maldade é um tipo de correspondência que sempre acaba para o remetente

Em sua análise, Beto diz que a frase é polêmica e tem forte impacto:

A carapuça cabe para um bocado de gente, mas mostra principalmente o quanto esse assunto tem sido polêmico e até incomodado tanto pra quem ataca como pra quem é atacado. Essa frase está tendo bastante destaque no Instagram e tem uma reação grande a partir dos comentários

Por fim, o jornalista Luzenor de Oliveira pontua que tudo faz parte da corrida eleitoral e mostra a efervescência das articulações políticas nos bastidores para o pleito de 2020.