O governador Camilo Santana (PT), ao conceder a primeira entrevista após o início da onda de ataques que abalaram a vida de moradores de cidades do Interior e da Grande Fortaleza, elogia o Ministro da Justiça, Sérgio Moro, o classifica como um aliado contra o crime organizado e tenta, assim, construir um canal de diálogo com o Governo Federal. Camilo concedeu, nesta terça-feira, entrevista ao portal UOL.

A série de atentados contra bens públicos e particulares começou na noite de quarta-feira e continuaram na madrugada desta terça-feira. São 7 dias de intranquilidade que ainda não está contida mesmo após a ajuda do Governo Federal que encaminhou 500 homens da Força Nacional para dar assistência nas ações desencadeadas pelas Secretarias de Administração Penitenciária e de Segurança. 

Durante a manhã desta terça-feira, donos de estabelecimentos comerciais na Capital decidiram fechar as portas no final da manhã e início da tarde. Os comerciantes do Centro e do Bairro Pirambu, por exemplo, não se sentem seguros e temem mais ações criminosas. As ações são atribuídas a grupos revoltados com as medidas adotadas pelo Governo do Estado para inibir os líderes de facções que agem de dentro dos presídios na prática de crimes.

Como medida para enfrentamento das facções, Camilo Santana destacou, na entrevista ao UOL, que ‘’tem sido muito importante o apoio do governo federal’’ e afirmou que os ministros Sérgio Moro, da Justiça e Segurança, e o general Fernando Azevedo, da Defesa, têm sido importantes aliados na adoção das medidas contra o crime organizado.
 

Tenho conversado de forma permanente, especialmente com o ministro Moro. Tudo o que for necessário será feito’’, disse Camilo, ao registrar que Moro atendeu, absolutamente dentro do prazo, os pedidos do Governo do Estado.

Tanto em relação ao pedido de tropas da Força Nacional, quanto ao pedido de vagas nas penitenciárias federais de segurança máxima, para a transferência de líderes criminosos’’, reforçou Camilo, ao se referir ao atendimento das demandas do Governo do Estado pelo Ministério da Justiça.

O Estado do Ceará, de acordo com Camilo, não abrirá mão de combater, com dureza, as organizações criminosas.

Tratamos criminosos como criminosos. O endurecimento será contra todos que atentarem contra a sociedade’’, disse, para, em seguida, acrescentar. ‘’ Para isso temos a força do estado, que não é só o governo, mas também a Justiça, Ministério Público e o Poder Legislativo’’.

Camilo avalia, também, nessa entrevista, as dificuldades para os Estados combaterem, de forma isolada, as facções que atuam em diferentes regiões do País.

Nenhum estado conseguirá enfrentar o problema sozinho. O momento é de união de todas as forças contra o crime, deixando de lado interesses partidários e oportunismo político. A população não merece isso’’, conclamou Camilo que, até o momento, não recebeu solidariedade de deputados federais e senadores do Ceará nas ações construídas para garantir que a população volte a ter uma vida normal.