Quase duas semanas após a posse dos atuais prefeitos, o cenário, em muitas cidades brasileiras, em muitas cidades cearenses, é de terra arrasada. Salários de servidores atrasados, contas de energia penduradas, postos e escolas sucateadas. O desequilíbrio financeiro e o rombo nas contas públicas decorrentes da má gestão de ex-gestores estão entre as causas principais desse descalabro administrativo. Mas não só isso. É claro que as dificuldades financeiras que passam os municípios afetam diretamente a vida dos seus cidadãos, que ficam privados de uma prestação de serviços mais qualificada e eficiente. Mesmo com alguns exemplos lamentáveis de ineficiência administrativa, não se pode negar também que os gestores públicos (ou parte deles) tem se desdobrado para fazer mágica com os recursos e repasses cada vez menores. A situação das prefeituras está chegando à bancarrota e nem sempre são os gestores municipais que contribuem diretamente para essa situação. É fato inquestionável que o investimento dos recursos, que deveria ocorrer na base, ou seja, no município, onde o cidadão vive e que tem ligação direta ao poder público, é cada vez mais escasso. Há, porém, a necessidade de, mesmo com a escassez de recursos, os novos prefeitos serem zelosos com a administração pública, contidos nos gastos do dinheiro e gerenciarem, em meio a crise econômica, com o aperto orçamentário e menos excessos.