Só 12% dos eleitores de Jair Bolsonaro (PSL) e 15% dos de Fernando Haddad (PT) citam o conjunto de propostas dos candidatos para decidir seu voto, segundo levantamento do Datafolha. As maiores parcelas, nos dois casos, se sentem motivadas pela rejeição ao outro —especialmente pronunciada na faixa que recebe mais de dez salários mínimos— e, no caso do capitão reformado, pelo desejo de mudança.
Deputados estaduais eleitos para a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro pelo PSL posam para foto após uma coletiva de imprensa, no Rio de Janeiro Ricardo Moraes – 11.out.2018 /Reuters A pesquisa, conduzida nos dias 17 e 18 de outubro com 9.137 pessoas em 341 municípios, mostra que o desejo de mudança move 30% dos eleitores de Bolsonaro —a proporção é a mesma entre homens e mulheres e cresce quanto maior a faixa etária e menor o nível de renda.
O deputado fluminense tem, segundo a pesquisa, 59% dos votos válidos, contra 41% de Haddad. A margem de erro é de dois pontos percentuais em ambas as direções. A rejeição ao PT vem em segundo lugar como motivo para optar por Bolsonaro, tendo sido citada por 25% de seus eleitores entrevistados.
As respostas foram espontâneas, e era possível citar mais de uma causa para explicar o voto. O antipetismo é mais forte no Sul (32%), e o antibolsonarismo, no Sudeste (24%, chegando a 31% no Rio de Janeiro, estado que o deputado representa no Congresso);
Diferentemente do desejo de mudança, a oposição ao PT sobressai nas faixas mais ricas, na qual a preferência por Bolsonaro é também mais pronunciada: citado por apenas 18% daqueles que ganham até dois salários mínimos, o antipetismo aparece nas respostas de 38% dos que ganham mais de dez salários mínimos.
A proposta para segurança é a terceira razão mais citada para o voto no peesselista, mencionada por 18% de seus eleitores e ligeiramente mais lembrada pelos homens (18% a 15%). Já os valores pessoais defendidos pelo candidato motivam 13% de seus eleitores (vão a 17% entre os evangélicos), e o combate à corrupção, 10%, sendo mais mencionado por homens (12% a 7%).
Com informações Folha de São Paulo