Segundo a titular da Secretária da Justiça e Cidadania (Sejus), Socorro França, um dos motivos para o motim ocorrido entre a noite de terça e a manhã de quarta-feira na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL II), em Itaitinga, foi a chacina ocorrida nesta semana com cinco mortes em Horizonte. Ela afirma que presidiários tiveram amigos e familiares assassinados no crime, o que provocou tumulto dentro da unidade prisional, deixando celas danificadas e oito internos feridos.
A titular da Sejus observou que os detentos continuam soltos dentro da CPPL2 e da Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor José Jucá Neto (CPPL3), desde a crise no sistema penitenciário do Ceará em maio do ano passado. Revela que além da chacina, a superlotação e um plano de fuga frustrado pelos agentes foram outros motivos apontados para os internos terem iniciado o tumulto.
Durante o tumulto, os presos queimaram colchões e provocaram um princípio de incêndio durante um motim. Socorro França admite o sistema carcerário sofre com a superlotação nas unidades prisionais e com o baixo efetivo de agentes penitenciários. Atualmente, o Ceará tem quase 27 mil presos para 2.152 servidores- 1.724 masculinos e 428 femininos. Na CPPL3, por exemplo, são 1.373 detentos em um local com capacidade para 800 pessoas.
Neste ano, 90 presos fugiram na CPPL3; 58 fugitivos foram recapturados e 32 seguem foragidos.
Uma das medidas para reduzir a crise é o trabalho integrado com o sistema judiciário para agilizar o julgamento dos presos provisórios. O motim na CPPL2 foi contornado por volta das 11h de quarta-feira, após a chegada de equipes do Grupo de Ações Penitenciárias Especiais (Gape) e do Batalhão de Choque da Polícia Militar.