Após União Europeia, China e Chile, Suíça e Hong Kong se tornaram os mais recentes países a proibir a importação de carne brasileira após a operação Carne Fraca da Polícia Federal levantar questões sobre a segurança da indústria de carne do país.
Berna não revelou o volume de importação. Mas indicou que seguiu o mesmo padrão adotado pela Comissão Europeia. “Como somos parte da Europa, bloqueamos o mesmo número de empresas que a UE”, disse Stefan Kunfermann, porta-voz do Escritório de Veterinária da Suíça. Berna não faz parte da Comissão Europeia, mas já há anos tem como tradição seguir os mesmos padrões adotados por Bruxelas. Das quatro empresas, duas são de aves, uma de carne bovina e outra de cavalo.
Nesta terça-feira, 21, a Comissão Europeia voltou a confirmar que, das 21 empresas envolvidas na fraude, quatro delas exportavam para o continente europeu e, assim, foram retiradas da lista de exportadores. Nas próximas semanas, o comissário de Assuntos de Saúde da UE, Vytenis Andriukaitis, viajará ao Brasil e o tema estará no centro dos debates.
Em Hong Kong, o Centro de Segurança Alimentar divulgou um comunicado que dizia que “por prudência, suspendeu temporariamente a importação de carnes congeladas e refrigeradas e carne de aves do Brasil com efeito imediato”. Um porta-voz da agência disse que continuará a manter contato com as autoridades brasileiras para obter informações detalhadas para futuras avaliações. Tanto a JBS quanto a BRF têm negado a venda de carne ruim ou de subornar funcionários.
A Coreia do Sul também havia embargado a importação de frango produzido no Brasil, mas voltou atrás. Na abertura do mercado financeiro do país, foi anunciado que as compras da proteína seriam retomadas. No entanto, de acordo com o Ministério da Agricultura do país, a fiscalização será intensificada.
OMC. A contaminação do caso nas relações bilaterais do Brasil já é uma realidade. A partir de terça-feira, o caso chegará ainda à Organização Mundial do Comércio (OMC) e os negociadores brasileiros já foram solicitados a explicar a dimensão do escândalo e como o comércio internacional seria afetado. O caso não será tratado pelos juízes da entidade. Mas em comitês técnicos.
Desde a eclosão do novo caso, os principais parceiros comerciais se mobilizam para levantar o assunto durante a reunião em Genebra. Diversos governos também indicaram que querem pedir reuniões bilaterais com o Brasil nesta semana para obter esclarecimentos sobre a fraude na carne.
O Itamaraty, junto com técnicos do Ministério da Agricultura, se prepara para dar uma resposta, trazendo os detalhes da investigação da PF e tentando reverter os embargos.
Com informações O Estado de São Paulo