A pouco mais de um mês da convenção nacional, o senador Tasso Jereissati ganhou, nessa segunda-feira (6), apoio de um grupo de intelectuais filiados ao PSDB para presidir o partido. Hoje, Tasso responde interinamente pelo comando da sigla após o afastamento do senador Aécio Neves. O manifesto de apoio ao senador cearense tem as assinaturas dos economistas Edmar Bacha, Elena Landau, Luiz Roberto Cunha e Persio Arida e do cientistas político Bolivar Lamounier.
“O PSDB deve aprovar as reformas que modernizem o Brasil, independentemente de quem as envie ao Congresso ou as proponha. Mas não deve participar de um Governo que não parece ter se comportado de acordo com os preceitos éticos na condução dos assuntos de interesse público”, diz o manifesto assinado pelo grupo de economistas, que, ainda, defende que o partido volte a ser “o PSDB do Plano Real”. O manifesto apresenta sugestões para nortear a criação de um novo programa partidário.
O movimento ganha simbologia em meio à encruzilhada enfrentada pelo PSDB, com divisões internas e pressões externas que surgem entre os aliados do Palácio do Planalto que cobram do presidente Michel Temer para afastar os ministros tucanos – hoje, quatro militantes do PSDB (Aloysio Nunes, Relações Exteriores; Bruno Araújo (Cidades; e Antonio Imbassahy, Articulação Política), ocupam cargos no Governo Federal. Internamente, cresce a corrente de tucanos favorável que os militantes do PSDB entreguem os cargos. O grupo se opõe a ala liderada pelo mineiro Aécio Neves, aliado do presidente Michel Temer.
O senador Tasso Jereissati que, nesse último final de semana, ganhou apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é uma das vozes favoráveis ao desembarque do PSDB do Governo Temer. Tasso sempre defendeu que os tucanos apoiassem os projetos para a retomada da economia e modernização de leis, como a reforma trabalhista, mas sem ocupar cargos. A voz do senador cearense ganhou força com a adesão de deputados e senadores que querem o PSDB fora do Palácio do Planalto.
A divisão interna no PSDB fez surgirem duas pré-candidaturas à Presidência da Executiva Nacional: de um lado, Tasso, que é pressionado por aliados a lançar sua candidatura, e do outro lado, o Governador Goiás, Marconi Perillo, único candidato já declarado. Marconi recebe apoio de Aécio.