O senador Tasso Jereissati (PSDB), que irá integra a comissão especial do Senado criada para acompanhar os debates sobre a PEC da Previdência Social, manifesta, nesta segunda-feira, 18, em entrevista ao Jornal Valor Econômico, preocupação com o tempo que o Governo Federal perde em questões secundárias e que não geram segurança, nem tranquilidade para os brasileiros e investidores externos.
Tasso avalia que o problema está no próprio governo e, essencialmente, nas atitudes do presidente. Ao conversar com o repórter Vandson Lima, do Valor Econômico, Tasso considera que o presidente Bolsonaro queima capital político com questões “inúteis”, bate-bocas entre ministros e contradições internas, como a existente entre a agenda liberal e “globalista” do ministro da Economia, Paulo Guedes, e a antiglobalização defendida pelo chanceler Ernesto Araújo.
Com os desencontros do Governo, há, no entender do senador cearense, uma certeza: “Parece que Bolsonaro ainda não assumiu o papel de presidente da República. Ele está fomentando a discórdia. É a antítese do que um presidente quer para o seu governo’’, disse o tucano, ao expor ainda outras preocupações com os rumos adotados pelo atual governo.
Segundo o senador Tasso Jereissati, o quadro de desgaste interno do Governo pode comprometer a aprovação das mudanças das regras de aposentadoria, consideradas cruciais ao equacionamento da crise fiscal que abala o país desde 2014 e, consequentemente, para a retomada do crescimento da economia brasileira, que, depois de ficar em recessão por três anos (2014-2016), acumulou avanço de apenas 2,2% nos dois anos seguintes.
Tasso confessa que o cenário é importante para avanço com reformas, mas se o estilo do presidente da República não mudar, fica difícil o andamento de projetos no Congresso Nacional.
Nunca houve momento tão propício à aprovação da reforma da Previdência, mas o tempo corre contra o governo e as maiores dificuldades sequer começaram, observou o tucano
Tasso expõe preocupação quanto ao êxito das reformas essenciais para o País voltar a crescer caso não haja redefinição de rumos nas estratégias políticas do Palácio do Planalto. O tucano afirmou que quer ajudar a aprovar a reforma da Previdência, mas é contrário à adesão formal do PSDB ao governo.
Nosso espaço é este, uma visão liberal na economia, bastante liberal nos costumes e que vê o Estado como elemento regulador e atuante na questão dos desequilíbrios sociais, observou