O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), futuro relator da Comissão Especial do Senado que irá apreciar o projeto de reforma previdenciária, voltou a fazer, nessa quarta-feira (26), ponderações para o presidente Jair Bolsonaro mudar a postura, assumir deveres e responsabilidades impostos ao cargo, e adotar as decisões que os brasileiros esperam.
Tasso, que demonstra otimismo com o ambiente no Congresso Nacional para aprovação das mudanças nas regras da aposentadoria, citou que determinadas ações do Governo atrapalham a agenda do País.
Fez referência, por exemplo, as posições do presidente, como a determinação às Forças Armadas para que comemorem o golpe militar de 1964, que, segundo ele, “só atrapalham a tramitação do projeto classificado como mais importante do governo“.
“Tem que cair a ficha do presidente de que ele é o presidente da República, o que inclui uma imposição de deveres e responsabilidades. Postura que não é mais de um cidadão comum que veste a camisa do Palmeiras e sandália japonesa. Então, tem que assumir isso, colocar isso no seu perfil, no seu personagem’’, disse Tasso, em entrevista ao Jornal O Globo.
Segundo o senador cearense, as declarações de Bolsonaro prejudicam a tramitação da reforma da Previdência: “É claro que isso preocupa (as celebrações do golpe militar). Só faz atrapalhar. Nada constrói e é desnecessário.
Bolsonaro e Rodrigo Maia
Sobre o conflito entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Bolsonaro, o tucano disse que é “hora de parar“.
“Tem que parar com esse pingue-pongue e tem que ser a partir do próprio presidente“, observou. Tasso disse, ainda, que, se melhorar a articulação, ainda é possível votar a reforma na Câmara.
“A Câmara mostrou que quando quer aprovar alguma coisa com rapidez, aprova, né? — questionou, em referência à proposta de emenda à Constituição que engessa o Orçamento. E completou: — Aqui no Senado existe essa consciência (da importância da reforma da Previdência). Já esteve mais forte. Com todos esses problemas e confusões, ela tem enfraquecido um pouquinho, mas o clima ainda é favorável.”
destacou o tucano