O presidente Michel Temer (PMDB) determinou nesta sexta-feira a exoneração do indicado de um deputado do PR que votou pela investigação do pemedebista por suspeita de corrupção passiva. O “Diário Oficial da União” trouxe a demissão do engenheiro e superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Santa Catarina, Vissilar Pretto. Ele havia sido indicado, em 2014, para o cargo pelo deputado Jorginho Mello (PR-SC).
“Sou a favor de toda e qualquer investigação. Peço vênia a meu partido e voto não ao relatório”, disse o deputado catarinense na quarta-feira no plenário da Câmara. Nesse dia, o governo conseguiu livrar Temer da investigação, mas 89 parlamentares de partidos da base votaram pelo prosseguimento da denúncia. No PR, de 39 deputados, 9 votaram contra o presidente.
Fontes do Palácio do Planalto confirmaram que se trata de uma retaliação a deputados da base aliada que votaram a favor da denúncia a Temer. O PR comanda o Ministério dos Transportes e distribuiu as superintendências regionais do Dnit entre seus parlamentares. O órgão comanda a realização de obras em estradas, consideradas um ativo eleitoral importante para muitos deputados.
Mello é o único deputado do PR em Santa Catarina. Ele participava de inaugurações e vistorias ao lado de Pretto, e divulgava notícias que vinculavam seu nome às ações do Dnit no Estado. Outro possível alvo de represália de Temer é a diretoria de Administração e Finanças do Dnit, cujo atual ocupante foi indicado pelo deputado Wellington Roberto (PR-PB), que também votou pela investigação do presidente.
Com informações Valor Econômico