Preocupado com as intensas movimentações de parlamentares do PSDB, principalmente da ala mais jovem do partido, que prega o rompimento com o governo, o presidente Michel Temer vai nesta sexta-feira, 2, a São Paulo para reunião com o governador do Estado, o tucano Geraldo Alckmin. Temer embarca para a capital paulista no fim da tarde e o encontro com Alckmin deve ser nesta noite ou no final de semana.
Temer, que, na semana passada, havia se reunido com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidente interino do partido, Tasso Jereissatti, e ouviu deles apoio ao seu governo, viu crescer esta semana a pressão de vários tucanos, o que chegou a levar Jereissatti a agendar para terça-feira, 6, mesmo dia do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reunião para a tomada de decisão sobre romper ou não com o governo.
O presidente foi aconselhado a marcar um jantar com Alckmin, o mais rápido possível, para que o governador de São Paulo tenha tempo, durante o fim de semana, de articular junto com seus correligionários a permanência no apoio ao Planalto. Foi marcada para segunda-feira, 5, na capital paulista, uma reunião do PSDB local e, esse encontro, pode decidir pelo afastamento das relações com o presidente Temer. Com isso, o presidente se apressou e, se antecipando à reunião, vai pedir ajuda a Alckmin para conter a bancada paulista. O medo é que esse movimento antecipe o que poderá ocorrer na terça-feira e sirva para contaminar o resto do partido.
Temer está convencido de que Alckmin poderá ajudar a segurar essa possível sangria, que não tem só apoio de alguns paulistas, mas da ala mais jovem da legenda. O PSDB hoje é considerado um fiel da balança para o governo. O partido tem quatro ministros e um deles com assento no Palácio do Planalto: Antonio Imbassahy, ministro-chefe da Secretaria de Governo, responsável pela articulação com o Congresso.
O próprio presidente Temer já tem feito movimentações e tem chamado para conversas parlamentares não só do PSDB, como de outros partidos, para assegurar apoio não só para votações, como também para barrar uma possibilidade de aprovação de pedido, pela Procuradoria-Geral da República, no plenário do Congresso, de abertura de inquérito contra ele. Um racha na bancada tucana, neste momento, seria mais um problema para Temer, que na quinta-feira, 1, viu uma ala de seu partido, o PMDB, cobrar uma postura “mais rígida” do Palácio do Planalto em relação aos tucanos.
Com informações O Estado de São Paulo