O presidente Michel Temer está sendo cotado para ser o embaixador do Brasil na Itália, em Roma, após deixar a Presidência. Fontes do Planalto e do Ministério das Relações Exteriores (MRE) afirma que Temer é um forte candidato, mas o Itamaraty, não confirma.
O posto é considerado um dos mais prestigiados do corpo diplomático brasileiro e a indicação de emedebista é tratada como uma “saída honrosa”. Além da embaixada de Roma, integram o imponente Circuito Elizabeth Arden, as representações de Nova York, Londres e Paris. Atualmente, a embaixada é chefiada por Antônio de Aguiar Patriota, diplomata de carreira e ex-chanceler de Dilma Rousseff (PT).
Com a nomeação, Temer manteria o foro privilegiado. A Presidência da República nega que Temer tenha interesse em aceitar um eventual posto na embaixada da Itália ou em qualquer outro posto diplomático. Segundo interlocutores, manter o foro diplomático não seria vantagem para Temer, pois os Ministros têm negado seguidamente pedidos da defesa dele. Por isso, seria mais vantajoso o processo ir para um juiz da primeira instância.
Após indiciamento no inquérito dos Portos, que investiga pagamento de propina de R$ 5,8 milhões, entre 2000 e 2014, ao presidente Michel Temer, o emedebista vem se dedicando a avaliar os possíveis desdobramentos jurídicos e políticos do caso, com a ajuda de advogados, amigos próximos e de seu conselheiro, o ministro da Justiça, Torquato Jardim. O grupo praticamente descarta a apresentação de uma terceira denúncia contra Temer até o final do mandato. O presidente e outros 10 investigados foram indiciados pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A avaliação geral é que em menos de três meses o caso “baixará à primeira instância”, segundo advogados. O emedebista perderá o foro privilegiado, que lhe garante ser processado e julgado no STF, assim que deixar o cargo de presidente da República, em 1 de janeiro de 2019.